Endividamento e inadimplência disparam em abril, mas Lula continua sem dar explicações

Prova dos nove – Torna-se cada vez mais obtusa a aposta do governo de reverter a crise econômica com estímulos ao consumo interno. No final de 2008, quando o messiânico Lula surgiu em cena com essa mágica solução, o ucho.info alertou para o perigo de uma medida que só deve ser adotada em casos extremos e por curto prazo. Reunião de incompetentes, o PT tem insistido na tese como se nada mais existisse para combater a crise. Nos últimos cinquenta meses, o endividamento das famílias aumentou de forma preocupante, a inadimplência disparou, o consumo cresceu além da normalidade, mas para os palacianos o Brasil é o país de Alice.

Eterno país do futuro, o Brasil, um falso emergente, foi transformado em mais um dos tantos quintais do planeta quando o assunto é nação. Com dois terços da população recebendo mensalmente menos do que dois salários mínimos, a estratégia do Palácio do Planalto para resolver a crise é o que se pode chamar de tiro pela culatra, mas a burra soberba que circula pelos escaninhos do poder impede que o óbvio seja visualizado em sua plenitude.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a inadimplência aumentou em abril. E o endividamento familiar seguiu o mesmo caminho. Ou seja, não era preciso nenhuma dose de genialidade para prever que o caos se aprumava para entra em cena.

Divulgada nesta quinta-feira (18), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que o índice de famílias com algum tipo de dívida saltou 61,2% em março para 62,9% neste mês. No mesmo período do ano passado, 56,8% das famílias estavam endividadas. Para famílias com rendimento de até dez salários mínimos, o contingente de endividadas alcançou a marca de 63,8% no corrente mês, contra 61,9% em março e 57,9% em abril de 2012.

Para Marianne Hanson, economista da CNC, a alta no endividamento foi provocada pela redução das taxas de juro bancário ao longo de 2012 e no início deste ano. “As menores taxas serviram como um incentivo a tomar empréstimos”, afirma Hanson.

Com a decisão do Copom de elevar a taxa básica de juro, a Selic, os inadimplentes em último grau terão a bancarrota anunciada com algumas horas de antecedência, como noticiamos nesta quinta-feira.

Considerando que os números não mentem jamais, bom seria se Lula, o lobista fugitivo, se enchesse de coragem e viesse a público para explicar essa maravilhosa conquista do povo brasileiro, que lhe rendeu uma dezena de honrarias ao redor do planeta e a chance de proferir dúzias de palestras embusteiras.