Operação Fratelli: Dilma e Alckmin deveriam afastar temporariamente seus colaboradores

Mesma receita – Há dias, após a divulgação dos resultados da Operação Fratelli, dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, o ucho.info afirmou que o governador Geraldo Alckmin deveria afastar do cargo temporariamente o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, cujo um dos seus assessores mais próximos foi identificado como integrante do esquema de direcionamento de emendas parlamentares a prefeituras do interior paulista.

Nesta quinta-feira (18), o nome do líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), veio à baila em conexão com o de um lobista do Partido dos Trabalhadores conhecido como Zé Formiga. De acordo com reportagem dos jornalistas Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio, da “Folha de S. Paulo”, um ex-chefe de gabinete de Chinaglia, identificado como Eli, é mencionado nas investigações como intermediário de uma reunião na qual a empreiteira Leão & Leão, com sede em Ribeirão Preto, buscaria recursos do BNDES. Em troca da verba, a empreiteira apoiaria a campanha de um assessor de Chinaglia, o Toninho do PT, em Ilha Solteira (SP).

Na mira da Operação Fratelli estão fraudes em licitações que somam R$ 1 bilhão em verbas federais, originadas de emendas parlamentares apensadas ao orçamento dos ministérios das Cidades e do Turismo. Nas escutas telefônicas constam menções a Chinaglia e a outros dois deputados federais petistas: Cândido Vaccarezza, ex-líder do governo na Câmara dos Deputados, e José Mentor, então relator da mal cheirosa CPI do Banestado, que terminou à sombra de um espúrio acordo de bastidor.

Tivesse o governo de Dilma Rousseff doses mínimas de seriedade e responsabilidade, Arlindo Chinaglia já teria sido afastado temporariamente do cargo de líder. Até porque, a própria presidente prometeu, antes de assumir o mandato, combater com dureza qualquer caso de corrupção. Não se trata de condenar por antecipação o petista Arlindo Chinaglia ou o tucano Edson Aparecido, mas de dar transparência e isenção às investigações e preservar o histórico de cada um.

Decisão como essa foi tomada pelo então presidente Itamar Franco, que afastou o amigo Henrique Hargreaves do comando da Casa Civil da Presidência durante o transcorrer da investigação de denúncias de corrupção. Sem que qualquer acusação tenha sido comprovada, Hargreaves voltou ao cargo.