Demorou, mas aconteceu – O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (19) que acatou o pedido do candidato da oposição nas eleições presidenciais, Henrique Capriles, e que será feita a auditoria de 100% dos votos eletrônicos das eleições do último domingo. Inicialmente rechaçada pelo CNE, a recontagem dos votos foi decidida depois de Nicolás Maduro ser anunciado como presidente eleito e reconhecido oficialmente como tal por governos latino-americanos que apoiam o chavismo.
“Depois de uma grande discussão para analisar o pedido, concordamos em estender a auditoria da verificação dos votos aos 46% que não foram auditados no dia da eleição”, disse a presidente do CNE, Tibisay Lucena. Ela justificou a decisão com a situação política excepcional que vive o país.
Minutos depois do anúncio do CNE, Capriles disse que apoia a decisão, que qualificou como um êxito dos seus eleitores. “Com isso, estamos onde queremos. O Comando Simón Bolívar [da campanha da oposição] aceita o que o CNE anunciou”, assinalou o candidato opositor. A auditoria do CNE, porém, não deverá ser tão completa quanto a exigida pela oposição.
“Com a auditoria, poderemos mostrar a verdade ao país”, disse o governador de 40 anos, lembrando que a análise das 12 mil caixas com comprovantes das urnas eletrônicas “com problemas” provará suas alegações. Ele pediu a seus seguidores que mantenham a calma e troquem as panelas usadas nos protestos por música.
A eleição de Maduro se deu à sobra da violação da Constituição venezuelana e de fraudes em diversos pontos do país sul-americano. Após o horário de encerramento da votação, algumas zonas eleitorais continuaram funcionando por algumas horas. Em outras localidades, o fornecimento de energia foi interrompido e, horas depois, algumas urnas foram queimadas.
É importante lembrar que no Palácio de Miraflores há um séquito de agentes cubanos a serviço de do governo de Havana, os quais atuaram de forma covarde nos bastidores da campanha presidencial e da eleição. Como a ditadura castrista precisa dos petrodólares venezuelanos, não deve descartar o uso de manobras sórdidas para garantir a vitória do chofeur bolivariano.
O presidente eleito da Venezuela, o chavista Nicolás Maduro, toma posse nesta sexta-feira, em Caracas, com a presença das presidentes do Brasil, Dilma Rousseff; da Argentina, Cristina Kirchner; e dos presidentes do Uruguai, José Mujica; e da Bolívia, Evo Morales.
Maduro, que derrotou o rival Capriles por uma vantagem inferior a dois pontos percentuais, já foi reconhecido pela quase totalidade dos países latino-americanos. (Com informações do DW)