Dilma tenta enganar prefeitos e o povo com discurso da desoneração da folha de pagamento

Visão obtusa – A desoneração da folha de pagamento de diversos setores da economia é a forma encontrada pelo governo federal de manter o nível de emprego no País, disse Dilma Rousseff na noite de terça-feira (23) durante a abertura do 2º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Porque nós precisamos, sem demitir ninguém, ter o custo da mão de obra mais barato e a forma de reduzir o preço da mão de obra é reduzir a folha de pagamento das empresas. Nós hoje somos um país que tem um dos menores índices de desemprego no mundo, 5,7%. Esse menor nível de desemprego permite também que nós tenhamos um mercado pujante, uma demanda imensa sobre o setor de serviços e permite também que nós tenhamos junto o controle da inflação”, disse a presidente.

Dilma pode enganar a todos por muito tempo, mas não o fará durante o tempo todo. A desoneração da folha de pagamento, que é temporária, é saída que o governo encontrou para reverter momentaneamente a crise econômica e garantir o eventual sucesso do projeto petista de deixar a presidente por mais quatro anos no Palácio do Planalto, a partir de janeiro de 2015.

A economia está sendo corroída pela inflação e o governo insiste em não promover as mudanças necessárias para eliminar o processo inflacionário. Essas mudanças exigiriam medidas impopulares, que Dilma não tomará para não prejudicar seu projeto de reeleição. Prova maior dessa situação foi a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juro.

Ínfima e inócua, a decisão do Copom serviu apenas e tão somente para aumentar o valor da dívida interna do País, pois de resto soou como um fraco sopro de um paciente terminal. O Brasil está a um passo do precipício em termos econômicos, mas o governo do PT insiste em adotar medidas pontuais, tão inócuas quanto tardias.

O melhor exemplo é a desoneração do processo de produção do etanol, que só aconteceu para evitar que o setor sucroalcooleiro penda para a fabricação. Ao mesmo tempo, a medida serve para aumentar a oferta de etanol no País e minimizar o preço da gasolina, impedindo a alta da inflação. Tudo muito utópico e burro, além de ser excessivamente tardio.