Palácio do Planalto coloca agentes da Polícia Federal como estafetas de luxo da Comissão da Meia Verdade

Pressão oficial – Quem acompanha o noticiário nacional e desconhece a realidade brasileira há de acreditar que o País não tem mazelas na fila da solução. Como se o Brasil fosse o ápice da excelência no universo da governança, o governo federal está utilizando a Polícia Federal para convocar pessoas que a Comissão da Verdade deseja ouvir em depoimento. Considerando que o serviço postal no Brasil funciona muito bem, esse tipo de expediente tem caráter intimidatório.

Há dias, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de transgressões durante o período da ditadura militar, recebeu em sua casa dois agentes da Polícia Federal que foram convocá-lo para comparecer à Comissão da Verdade, criada pelo governo do PT apenas para saciar o revanchismo da esquerda verde-loura.

Se de fato deseja passar a história a limpo, o PT palaciano deveria exigir que a isonomia prevalecesse na elucidação dos fatos. Da forma como as investigações estão sendo conduzidas, com viés escandalosamente tendencioso, o melhor é não dar importância aos resultados do trabalho desse colegiado que está empenhado em atropelar a Lei de Anistia e ignorar a lógica.

Não se trata de defender o uso da violência por parte dos operadores do regime militar, mas de cobrar do atual governo a imparcialidade nessa empreitada que temo por objetivo mostrar à sociedade a verdadeira história da nação. No momento em que os integrantes da esquerda, que comandaram atentados dos mais variados, são protegidos pelos atuais donos do poder, não há como acreditar em um projeto dessa natureza.

Se a Polícia Federal pode ser acionada para convocar as pessoas que são alvo da Comissão da Meia Verdade, por certo poderiam elucidar o escândalo de corrupção em que foi flagrada Rosemary Nóvoa de Noronha, que apresentava-se como namorada do ex-presidente Lula e integrava a Máfia dos Pareceres. O esquema criminoso foi desbaratado pela PF durante a Operação Porto Seguro, mas o Palácio do Planalto agiu nos bastidores para abafar o caso.

Recentemente, na esteira da briga que ocorre nas coxias petistas, um dossiê sobre Rosemary, a Marquesa de Garanhuns, vazou da sede do governo e acabou nas páginas da revista Veja, sem que até agora, depois de meses de fuga, o ex-metalúrgico tenha se pronunciado sobre o assunto.

Voltando à modorrenta Comissão da Verdade, não causará surpresa se o coronel Brilhante Ustra ignorar a convocação recebida. Até porque, essa Comissão não ter qualquer poder para mudar as decisões já tomadas pela Justiça.