Linha de tiro – Líder da Mobilização Democrática (MD) na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno quer explicações detalhadas do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do ex-diretor da pasta, Daniel Nolasco, além de empresários e do representante do banco Luso-Brasileiro sobre os esquemas de pagamento de propina e desvio de recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, uma das vitrines do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Para isso, Bueno e o deputado federal Arnaldo Jardim (MD-SP) apresentam na próxima segunda-feira, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, requerimento pedindo a convocação do ministro e convidando os outros envolvidos no escândalo de corrupção para uma audiência pública.
Reportagem do jornal “O Globo” aponta que pequenos construtores contratados para fazer moradias populares em municípios com menos de 50 mil habitantes pagavam propinas que variavam de 10% a 32% do valor do imóvel. Os pagamentos seriam negociados por Daniel Nolasco, ex-diretor de Produção Habitacional do Ministério das Cidades e filiado ao PCdoB. Uma empresa relata ter repassado mais de R$ 500 mil ao esquema de corrupção comandado pelo aliado do PT.
Caixa de campanha
Para o líder da MD a denúncia de propina precisa ser averiguada com o máximo de rigor pelo Congresso e pelo Ministério Público. Ele ressalta ainda que o dinheiro fruto da corrupção poderia estar sendo desviado para um caixa 2 de campanha. “Já vimos esse filme no Ministério dos Esportes, comando pelo PCdoB, onde Ongs ligadas a filiados do partido eram usadas para desviar dinheiro público. É preciso uma ampla investigação para rastrear onde foi parar o dinheiro da propina que, segundo a denúncia, era paga ao senhor Daniel Nolasco”, cobra Rubens Bueno.
O deputado considera a denúncia da maior gravidade, com pagamentos elevados de propina. “Segundo a denúncia, era propina da grossa. Uma só empresa afirmou ter pago mais de R$ 500 mil. Esse caso pode ser apenas a ponta do iceberg”, alerta o líder da MD.