Relatório Paralelo: MD pede informações à Casa Civil sobre operação para “salvar” Rosemary

Olho do furacão – O líder da Mobilização Democrática (MD) na Câmara doa Deputados, Rubens Bueno (PR), protocolou nesta segunda-feira (6) requerimento de informação cobrando explicações da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre a elaboração de um “relatório paralelo” para sabotar a sindicância que apurou a conduta de Rosemary Noronha no governo federal. O “acompanhamento”, que tentava desqualificar a investigação oficial, teria sido encomendado pelo secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho (PT).

De acordo com uma série de denúncias, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo praticava tráfico de influência em ministérios, agências reguladoras e estatais. Namorada de longa data do ex-presidente Lula, Rosemary comandaria, segundo a Polícia Federal, um esquema de venda de pareceres, além de favorecer interesses de políticos e empresas privadas em troca de presentes e propina.

No pedido, o Rubens Bueno pede esclarecimento sobre os motivos que levaram a secretaria comandada por Gilberto Carvalho a tentar retirar da Casa Civil a apuração sobre as práticas ilícitas cometidas pela ex-subordinada de Lula. A denúncia foi feita na mais recente edição da revista Veja.

“Estamos pedindo a cópia integral do relatório e questionando de quem partiu a ordem para sua elaboração. É necessário confirmar se foi mesmo uma iniciativa única e exclusiva de Gilberto Carvalho. A Casa Civil precisa explicar ainda quais os motivos que levaram a secretaria-geral a realizar uma investigação paralela. Pelo que estamos percebendo, há pessoas dentro do Palácio do Planalto com medo do que Rosemary possa revelar caso sofra uma punição exemplar”, questiona Bueno.

CPI

O líder da MD também vai intensificar, nesta semana, as articulações para buscar as 171 assinaturas suficientes para pedir a instalação da CPI da Rosemary na Casa. O movimento para criar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar os envolvidos na chamada Operação Porto Seguro – deflagrada em 2012 pela Polícia Federal – começou em dezembro do mesmo ano, mas o governo orientou, à época, os aliados a barrarem a iniciativa.

Além de reforçar a coleta entre deputados da oposição, Rubens Bueno espere conseguir apoio de aliados da presidente Dilma Rousseff. “Agora, esperamos conseguir apoio até da base governista, já que a presidente Dilma estaria enfrentando, dentro do Palácio do Planalto, aliados do ex-presidente Lula que querem o ‘engavetamento’ das investigações contra Rosemary”, afirma o deputado.