Dilma ignora os números do mercado financeiro e faz promessas e declarações absurdas em São Paulo

Camisa de força – Horas depois de o Banco Central divulgar, no Boletim Focus, o pessimismo do mercado financeiro em relação à economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff contrariou o óbvio e desafiou a lógica. Em São Paulo, diante de uma plateia repleta de empresários, Dilma disse que o País tem taxas de juro em nível civilizado e que a inflação está sob controle. No contraponto, nove entre dez economistas têm discurso oposto.

Como se fosse uma operação em cadeia, a alta de preços tem se alastrado e levado preocupação às autoridades econômicas do governo após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado nos últimos doze meses ter alcançado a marca de 6,59%, índice acima do teto da meta fixado pelo governo, que é de 6,50% ao ano. Para 2013, a previsão dos economistas é que a inflação oficial deve fechar o ano na casa de 5,71%, número que pode mudar de acordo com o grau de ineficácia das recentes medidas adotadas pelos palacianos.

Em seu discurso ufanista, Dilma Rousseff prometeu a redução das taxas de juro para microempreendedores cairá de 8% para 5% ao ano. Uma aposta perigosa, em especial porque o Banco Central já sinalizou que a alta da Selic será utilizada para combater a inflação. Enquanto Dilma promete taxas de juro reduzidas, os analistas financeiros apostam que a Selic chegará ao final do ano no patamar de 8,25%. Ou seja, não há como conceder empréstimos com taxas de juro menores do que o índice pago na captação de recursos no mercado.

“Eu desconheço qualquer país do mundo que em tão pouco tempo realizou uma mobilização dessa envergadura para formalizar, por um lado, e apoiar dando crédito a esse conjunto de empreendedores. Nosso governo tem um compromisso inquestionável com os pequenos negócios”, disse Dilma durante a cerimônia de posse do presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato.

“O mundo pratica uma política de austeridade que tem como efeito corte significativo de salários. Do nosso lado, não estamos pensando em reduzir emprego, mas temos obrigação de reduzir o custo do trabalho através da redução dos impostos na folha de pagamento e de política acelerada de formação e qualificação profissional”, completou a presidente ao acionar sua usina de messianismo.

Dilma pode prometer o que bem quiser, pois quem conhece a realidade sabe que tudo não passa de embuste oficial para camuflar uma crise econômica que preocupa e já começa a produzir estragos. Preocupada com seu projeto de reeleição, a neopetista Dilma Vana Rousseff tem mostras de que para garantir a vitória na corrida presidencial de 2014 vale tudo, inclusive sangrar os cofres públicos com concessões de toda ordem, quando a economia exige, de fato, mudanças estruturais e definitivas.