Caso pensado – Quando o ucho.info afirma que o PSDB dorme em berço esplêndido enquanto o PT destila sua peçonha política, os tucanos se irritam com nossos alertas. Nossas afirmações não decorrem do insuportável “achismo” que grassa em todo o País, mas pela experiência de quem há décadas faz jornalismo com responsabilidade e vive o cotidiano da política nacional.
Por ocasião da recente disputa pela prefeitura paulista, alertamos para o perigo de Gilberto Kassab ter inicialmente se jogado nos braços do PT e depois retornado para o colo de José Serra. Com tudo acertado com Lula, Dilma Rousseff e Fernando Haddad, o presidente do PSD tornou-se um espião na campanha de Serra. Soberbos, os integrantes do PSDB preferiram se dedicar ao racha interno em vez de se preocuparem com o jogo sórdido dos petistas.
Fernando Haddad ganhou a disputa na maior cidade brasileira e Kassab pavimentou o caminho político para o seu neonato PSD. Sem qualquer pudor, o ex-prefeito de São Paulo – um dos piores em toda a história – negociou cargos para que o seu partido se bandeasse para a chamada base aliada. Tudo acertado, Dilma, a gerentona inoperante, decidiu criar de fato o 39º ministério de um governo paralítico e colocar na principal cadeira da pasta o vice-governador de São Paulo, o abusado Guilherme Afif Domingos.
A ousadia do PT palaciano é tamanha, que Afif decidiu continuar sendo o primeiro na linha sucessória de Geraldo Alckmin enquanto estiver ministro da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa. Resumindo, Guilherme Afif acumulará cargos e permitirá ao PT instalar um cavalo de Troia no Palácio dos Bandeirantes, alvo de cobiça da legenda.
Considerando que política é negócio e que Afif não é um desavisado, colocar um pé na Esplanada dos Ministérios e deixar outro nos Bandeirantes não saiu de graça. Até porque, ser vice-governador do mais importante estado brasileiro – cujo PIB é maior que muitos países ao redor do planeta – é mais importante do que estar à frente de um ministério que tem menos de R$ 8 milhões de orçamento anual.
