Pontos polêmicos da MP dos Portos podem detonar novos escândalos no caso do Mensalão do PT

Bomba-relógio – Com mudanças no texto que contrariam os interesses do Palácio do Planalto, a Medida Provisória dos Portos deverá ser votada nos próximos dias, à sombra de um prenúncio de que o governo amargará uma derrota por causa da inabilidade nas negociações. Líderes partidários reuniram-se na manhã desta terça-feira (7), mas a falta de jogo de cintura dos palacianos levou a um impasse.

A MP 595, classificada pela presidente Dilma Rousseff como crucial para garantir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, corre o risco de provocar uma hecatombe nos bastidores políticos.

Com empresários do setor trabalhando intensamente para que as regras não sejam alteradas, garantindo assim a continuidade de seus negócios em um universo de pouca concorrência e excesso de demanda, a MP deve levar os palacianos a comportamento mais cauteloso, pois há apenas um canal que pode conectar a questão dos portos ao Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional.

Um rico e polêmico empresário que atua no setor portuário foi um dos grandes alimentadores do caixa do Mensalão do PT. Essa cornucópia ilegal teria funcionado a partir do esquema montado por Marcos Valério, que usou suas agências de propaganda como cortina de fumaça para o derrame de dinheiro.

O enredo é tão complexo, que passa por fundos de pensão e resvala na atuação criminosa de alguns políticos em Santo André, ação que culminou com a brutal e covarde morte do petista Celso Daniel, então prefeito da importante cidade do ABC paulista. Se os palacianos cruzarem os braços não será surpresa alguma para os que conhecem a fundo a imundice fétida da política brasileira.