Com a economia fora do controle do governo, palacianos se agarram às cortinas de fumaça

À beira do brejo – A cada novo dia que surge desmorona a estratégia palaciana de derrotar a crise econômica a partir do consumo interno, saída que só pode ser adotada pontualmente e durante curto espaço de tempo. Mesmo ciente do equívoco, o governo de Dilma Rousseff insiste na fórmula que no mínimo pode ser considerada como absurda.

Com a inflação fora de controle, o primeiro reflexo, depois da retração no consumo, é o aumento da inadimplência e o alargamento do endividamento. Na esteira da corrosão do poder de compra pela inflação, o grau de endividamento das famílias paulistanas 5,1 pontos percentuais em abril, na comparação com o mês anterior, atingindo a marca de 57,1%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (13) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Trata-se do quarto aumento consecutivo do ano, ou seja, o endividamento familiar em São Paulo tem crescido mês a mês

Na comparação com abril do ano passado, o grau de endividamento das famílias da capital dos paulistas subiu 6,5 pontos porcentuais, saltando de 50,6% para os atuais e preocupantes 57,1%.

Segundo a Fecomercio-SP, esse movimento de alta do endividamento decorre da inflação registrada no período e da frustrada tentativa das famílias de manterem o mesmo nível de consumo. “A alta no endividamento demonstra que a aceleração dos preços, principalmente dos alimentos, começa a impactar negativamente na renda das famílias paulistanas”, destacou a entidade.

“Nos últimos meses, a parcela de consumidores que afirmam ter mais de 50% da renda comprometida com dívidas vem crescendo, saltando de 14,9% em janeiro para 19,5% em abril. Essa evolução demonstra que as pessoas estão aumentando as dívidas para manter o padrão de consumo”, informou a Fecomercio-SP em nota distribuída à imprensa.

O desanimo que vem tomando conta da população ganha força e tem levado muitas pessoas a buscarem alternativas de vida em outros países, como tem relatado alguns leitores do ucho.info. O problema cresce quando os empresários são alcançados pelo fenômeno da percepção inflacionária e, com medo do que pode acontecer no futuro, começam a subir os preços de produtos e serviços. Recentemente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo estava atento a eventual movimento dessa natureza, mas novamente os palacianos chegaram atrasados.

Em relação aos preços dos produtos, em especial os alimentos, os fabricantes que mantiveram os preços foram obrigados a comprometer a qualidade, como há muito tem noticiado este site. A mudança na qualidade dos produtos está se alastrando e perceber essa queda é algo fácil para o consumidor minimamente atento.

Enquanto o Brasil cambaleia à beira do precipício econômico, o Palácio do Planalto aproveita a Comissão Nacional da Verdade para fazer fumaça. Só assim a verdade do cotidiano fica fora de foco.