Sinal vermelho – A grande preocupação do PT no momento não está no projeto reeleição de Dilma Rousseff, que começa a correr riscos por causa da crise econômica que se prolonga, mas na disputa pelo governo de São Paulo, estado da federação que o partido há muito sonha em tomar de assalto.
Depois que o “irrevogável” Aloizio Mercadante, ministro da Educação, anunciou que não concorrerá ao Palácio dos Bandeirantes, até porque se assim o fizesse amargaria nova derrota, o PT percebeu que a legenda encontra-se diante de um grande dilema. Incensado pelo ex-presidente Lula, o nome do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, seria a segunda alternativa do partido para disputar o governo paulista, não estivesse a saúde pública em tão difícil situação.
Com falta de opções, o PT passou a avaliar a possibilidade de ter Guido Mantega, o ainda ministro da Fazenda, como candidato ao governo do mais importante e rico estado da federação, em 2014. Não por acaso, Mantega apareceu no programa político do PT que foi ao ar na última semana. E não foi coincidência a declaração nada verdadeira de Guido Mantega acerca da inflação, que, segundo o titular da Fazenda, está sob controle. Ousado, o ministro foi mais longe e garantiu que o governo acompanha ininterruptamente o movimento do mais aterrorizante fantasma da economia.
Se o PT sonhava com esse irresponsável balão de ensaio, por certo nesta segunda-feira (13) acabou desistindo. Na mais recente edição do Boletim Focus, o Banco Central informou que o mercado financeiro, pela quinta semana consecutiva, manteve o crescimento da economia brasileira em 3% em 2013. No final de 2012, Mantega disse que neste ano o PIB avançaria 4,5%.
A situação do ministro e do governo tornou-se ainda mais delicada no rastro da previsão de importantes empresários, que já apostam em crescimento do PB abaixo de 2,5% em 2013. O cenário da sucessão paulista começa a ficar difícil para o PT, o que não significa que é positivo para Geraldo Alckmin, atual inquilino do Palácio dos Bandeirantes. O tucano só precisa ser duro no combate à criminalidade, pois o restante do cardápio os eleitores são capazes de devorar o que vier pela frente. Resumindo, encilhado o cavalo já está, bastando a Geraldo Alckmin montar quando o alazão passar.