Lambança oficial – Depois da Operação G7, da Polícia Federal, que prendeu no Acre políticos e empresários envolvidos em um esquema milionário de fraudes em licitações públicas, o Partido dos Trabalhadores, que no passado era diuturnamente moralista, adotou um silêncio covarde, típico de quem não tem o que explicar.
Governador do Acre, o petista Tião Viana (à esquerda na foto) limitou-se à divulgação de uma nota oficial, pois algo além seria comprometer-se, pois seu sobrinho, Thiago Paiva, secretário estadual da Saúde, também foi preso na operação policial.
Ex-governador do Acre e senador da República, o também petista Jorge Viana, que é vice-presidente do Senado Federal, desembarcou no estado, no final de semana, dando as famosas “carteiradas”, expediente típico da velha e ditatorial direita.
Preocupado com o desdobramento do escândalo, que compromete sobremaneira a continuidade da oligarquia da família no estado, Jorge Viana ameaçou prender os agentes penitenciários que o impediram de adentrar ao presídio conhecido como Papudinha, onde estão detidos os flagrados na Operação G7. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap/AC), Adriano Marques, o senador alegou que “não estava lá como camarada ou amigo político, mas sim para fiscalizar se os direitos e garantias constitucionais do grupo G7 estavam sendo respeitados”.
Depois muita discussão e ameaças, Jorge Viana só conseguiu entrar na Papudinha com autorização de um diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Dirceu Augusto. Durante a visita, o senador petista foi informado sobre a devolução de um ar-condicionado portátil levado pelos familiares dos presos e que os mesmos estão recebendo a mesma alimentação dos outros detentos, uma vez que as refeições especiais foram suspensas.
A situação do PT no Acre abriu a semana ainda pior, já que a Polícia Federal, em um dos telefonemas, flagrou o governador Tião Viana ensinando a um dos empresários presos como montar o esquema criminoso.
