Planalto pressiona para aprovar MP dos Portos, mas tábua de salvação do apagão logístico está distante

Colcha de retalhos – Assessores da presidente Dilma Vana Rousseff romperam esta segunda-feira (13) com a missão de recolocar em votação, na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 595, que estabelece novas regras para os portos brasileiros. Depois de sérias acusações de corrupção, feitas pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), a MP dos Portos acabou sendo deixada de lado e a sessão plenária da Casa legislativa suspensa.

Válida até a próxima quinta-feira (16), a MP pode naufragar por falta de acordo entre os deputados, que fomentam uma discórdia que envolve inclusive alto número de integrantes da chamada base aliada.

Como antecipou o ucho.info sem citar nomes, pois a Justiça nos proíbe de fazê-lo, a manobra para esvaziar a MP dos Portos partiu de um conhecido e polêmico empresário, que recheou os cofres do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional. O tal empresário, que também atua no setor portuário, luta contra a aprovação da MP 595 como forma de evitar o aumento da concorrência, uma vez que a medida facilitará a privatização dos portos.

É importante lembrar que, corrupção à parte, no cais do desmando oficial está atracada a incompetência de um governo perdido e paralisado diante da crise econômica. O País enfrenta um sério apagão logístico e não será a aprovação da MP em questão que solucionará o problema da noite para o dia. Para se chegar aos portos é preciso enfrentar rodovias em péssimas condições, em sua maioria, o que encarece os produtos brasileiros destinados à exportação.

Ao longo dos últimos anos, o governo do PT patrocinou estímulos com o fim de permitir a pirotecnia palaciana e garantir a manutenção do partido no poder central, mas ignorou a necessidade de um planejamento aprimorado que proporcionasse a execução em doses mínimas de tudo o que foi anunciado pelo Palácio do Planalto.

Considerando que em termos de nação nada acontece em ritmo frenético, até porque há exigências legais a serem cumpridas, os brasileiros devem se acostumar com a ideia de que caminhamos na direção de mais uma década perdida e fadada aos remendos.

Além da questão logística, que demorará alguns anos para ver na prática alguma solução, há uma árdua tarefa adicional que é reparar os estragos reticentes provocados pela paralisia do Estado. Se a MP dos Portos não for aprovada, o governo terá apenas duas saídas: encarar mais um fiasco ou privatizar os portos por meio de decreto.