Brasil está decadente, mas Embratur investirá na abertura de escritórios para divulgar o País no exterior

Pane cerebral – Deixando de lado as belezas naturais, que são inúmeras, viajar pelo Brasil é um péssimo negócio. No tocante às questões de custo, ir a Nova York e passear durante alguns dias na Grande Maçã, com direito a shows e compras, é mais barato do que uma curta temporada em qualquer cidade do Nordeste brasileiro. Essa situação explica as agruras enfrentadas pelo turismo nacional e a gastança cada vez maior dos brasileiros no exterior.

Mesmo diante dessa realidade que afugenta os viajantes, a Embratur anunciou que abrirá em breve trezes escritórios no exterior para incentivar o turismo brasileiro. A situação enfrentada pelo setor é tão preocupante, que até mesmo o turismo de negócios já registra pequeno recuo. Sempre lembrando que as viagens pagas por empresas é que vinham sustentando o turismo nacional.

A Embratur cumprirá o seu papel ao tentar incentivar o turismo brasileiro em diversas partes do planeta, mas a ação pode tornar-se inócua no médio prazo se considerarmos alguns fatores. Em São Paulo, onde o afluxo maior é de viajantes está no turismo de negócios, os preços de produtos e serviços são absurdos, o trânsito é insuportável e a segurança pública é o que se pode chamar de piada. Para quem gosta de viver perigosamente e é adepto de emoções e adrenalina em níveis elevados, a capital dos paulistas é o destino mais indicado. Até porque, o turista nada pagará a mais por vivenciar arrastões em restaurantes, assaltos nos semáforos e assassinatos cometidos por adolescentes.

No Rio de Janeiro, o principal cartão-postal verde-louro, a situação de precariedade não fica longe. Nas belas e tão cantadas praias, os arrastões também fazem parte do pacote de viagem. Aos turistas adeptos do sadomasoquismo, a Cidade Maravilhosa é o destino mais adequado. A capital fluminense é um faroeste a céu aberto durante o dia, mas à noite os turistas têm à disposição estupros à beira da orla ou em vans e ônibus. Sem contar que nos morros cariocas é possível comprar drogas e armas à vontade.

Em Brasília, os turistas têm a chance de conhecer uma aberração da natureza: um mar de lama em pleno cerrado. Na capital dos brasileiros, espécie de show-room do escritório de arquitetura do finado Oscar Niemeyer, os viajantes não podem perder o espetáculo do milagre da multiplicação, agora encenado por uma horda de corruptos que transforma a política em senha para a impunidade. Fora isso, é possível aprender algo inusitado: como um bando de néscios saltimbancos consegue decidir o futuro de uma nação.

No Nordeste, se não for atingido na cabeça por uma caxirola voadora, o turista tem a oportunidade de constatar o grau de excelência do planejamento adotado pelo governo do Partido dos Trabalhadores. Enquanto milhares de brasileiros sofrem com a seca e perdem plantações e criações, o canal de transposição do Rio São Francisco agora funciona como reduto de pastagem de cabras e bodes. Sem contar o espetáculo de ocultismo do dinheiro do contribuinte.

De quebra, em qualquer cidade brasileira, o turista estrangeiro terá lições de como a inflação derrota o Estado e perceberá que alguns alimentos transformaram-se em objeto do desejo de nove entre dez cidadãos. Se a opção for alguma cidade litorânea com porto, o viajante entenderá as razões que levaram o ex-presidente a receber tantos títulos honoríficos ao redor do planeta, muitos deles concedidos por importantes e seculares instituições universitárias.

Como disse certa vez o próprio Lula, um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.