Vale tudo – Qualquer semelhança (e não são poucas) entre os modelos políticos da Venezuela e do Brasil não é mera coincidência. Em ambos os países sopra o vento obtuso do esquerdismo, sendo que o Brasil está a um passo de se tornar uma ditadura ideal (sic), a exemplo do que já existe no vizinho país.
Essa realidade ficou durante a votação da Medida Provisória 595 (MP dos Portos), em especial na Câmara dos Deputados, onde a oposição conseguiu resistir durante longas horas ao avanço do rolo compressor palaciano.
Preocupados em noticiar apenas um tema que garantisse manchete, os veículos de comunicação da chamada grande imprensa mais uma vez deixaram de destacar as reticências da mais bisonha votação dos últimos tempos no Congresso Nacional.
Quando, em maio de 2005, eclodiu o escândalo do Mensalão do PT, os palacianos de então decidiram mudar a forma de remunerar a base aliada, migrando para o loteamento da Esplanada dos Ministérios e outros escalões do governo federal. A única diferença é que os partidos passaram a arcar isoladamente o ônus dos escândalos de corrupção, que estão longe de ser eventuais.
Por mais flexível que seja o raciocínio, é impossível compreender como pode um bloco com 423 parlamentares formar a chamada base aliada ao governo mais corrupto e incompetente da história política nacional. Esses representantes do povo não engrossam a claque governista por convicção ideológica ou diletantismo. Política é negócio milionário e o Congresso há muito se transformou em um largo e imundo balcão de negócios.
A eleição presidencial já tem suas campanhas nas ruas do País e não se deve descartar a reeleição de Dilma Rousseff, que tem a seu favor a máquina e os recheados cofres federais. O grande segredo em 2014 é ter consciência no momento de escolher os candidatos que serão guindados à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, pois criminoso status quo não pode continuar, sob pena de o Brasil escoar definitivamente pelo ralo.