Se o Complexo do Alemão está pacificado, comércio e escolas não deveriam fechar as portas

Filme de ação – A segurança pública no mais importante estado brasileiro, São Paulo, está cambaleante, mas não se pode fechar os olhos para o faroeste caboclo que há muito domina o principal cartão-postal do País, o Rio de Janeiro.

Muitos brasileiros ainda têm na memória a espetaculosa operação policial que marcou a ocupação do Complexo de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, com direito a bandeira do Brasil fincada no alto do morro e discurso ufanista do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), que já mostrou ter vocação para farras nababescas em Paris financiadas com dinheiro de empreiteiros.

Após a morte de um traficante na noite de quarta-feira (22) no Alemão, o comércio da região e algumas escolas locais amanheceram fechados na manhã desta quinta. De acordo com o chefe do comando das UPPs, coronel Paulo Henrique, o comércio da Vila Cruzeiro também estava fechado.

Considerando que, segundo relatos do governo fluminense, a operação policial que supostamente expulsou os traficantes da região foi um sucesso sem precedentes, esse traficante não poderia estar no local atuando de forma deliberada. Sua morte só aconteceu porque algum acerto entre o crime organizado e alguns policiais da chamada banda podre não logrou êxito.

A pirotecnia que marcou o anúncio da ocupação das favelas do Alemão não refletiu nas ações do governo em prol das comunidades carentes. Diante dessa falha institucional, o crime organizado voltou ao local e retomou as operações ilegais, proporcionando aos moradores aquilo que o Estado não oferece.

O Brasil está a algumas semanas da Jornada Mundial da Juventude, que contará com a presença do papa Francisco, mas o Rio de Janeiro continua sendo governado no velho e conhecido esquema do “faz de conta”. O mais impressionante nessa epopeia é que Sérgio Cabral e seus cupinchas continuam posando como herdeiro de Aladim. Não demora muito para o Cristo Redentor fugir com medo da violência.