Truculento e autoritário, PT quer investigar adversários políticos, mas não aceita ser investigado

Duas medidas – Que a política é a arte da incoerência todos sabem, mas a desfaçatez petista ultrapassa os limites da ousadia. Preocupado em evitar mais danos à imagem do partido, o PT palaciano vem pressionando o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para que não prospere o requerimento de criação da CPI da Petrobras. O avanço da proposta causaria um enorme estrago ao governo e principalmente à presidente Dilma Rousseff assim como a seu antecessor, o lobista fugitivo Lula.

O pedido, que contou com as assinaturas de integrantes da chamada base aliada, entre eles 60 deputados do PMDB, foi apresentado após a queda de braços travado com o líder da legenda, deputado Eduardo Cunha (RJ), e o Palácio do Planalto durante a polêmica votação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos. A relação entre o governo e o PMDB vem se deteriorando rapidamente nas últimas semanas e pode chegar facilmente à irreversibilidade.

No contraponto, o PT vem insistindo para que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprove a criação da CPI da Máfia do Asfalto, para investigar os desdobramentos da Operação Fratelli, da Polícia Federal, que flagrou um esquema criminoso de superfaturamento em pavimentação de rodovias no estado a partir de verbas de emendas parlamentares.

Na Alesp, o requerimento foi apresentado pelo líder da bancada do PT, deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, que insiste que a comissão investigue licitações e contratos entre empresas ligadas ao empreiteiro Olívio Scamatti, apontado como chefe do esquema que desviou mais de R$ 1 bilhão, e o governo do Estado, no período de 2003 a 2013.

Em outras palavras, o PT quer investigar os adversários a qualquer custo, mas sequer aceita ideia de ser investigado. Nenhum parlamentar, na Câmara dos Deputados ou na Alesp, tem o direito de evitar que crimes sejam investigados, até porque esse não é o desejo da população, a quem esses doutos senhores (sic) devem satisfações. Um mandato não transfere ao eleito a prerrogativa de decidir contra os interesses da nação e da sociedade.