Tráfico de trabalhadores estrangeiros: presidente de CPI vê mercado “aquecido” no País

Fora da lei – Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara que investiga o tráfico humano, o deputado federal Arnaldo Jordy (MD-PA) disse, nesta terça-feira (28), que vê com preocupação a ação de “coiotes” em solo brasileiro para fins de exploração da mão de obra estrangeira.

A declaração aconteceu durante audiência pública com o delegado federal Dennis Cali, responsável pela Operação Liberdade, realizada no último dia 15 de maio no Distrito Federal. Na ocasião, a Polícia Federal descobriu um esquema que trouxe cerca de 80 estrangeiros e que foram localizados na cidade de Samambaia, a 35 Km de Brasília.

Numa única casa, que mede pouco menos de 50 metros quadrados, os policiais encontraram quase trinta pessoas em condições degradantes e subumanas.

“Parece que estamos diante de um mercado aquecido de tráfico internacional de trabalhadores e que está dando certo. Prova disso é o volume de pessoas vindas de países tão distantes como Bangladesh, Paquistão e outros”, destacou o presidente da CPI.

Segundo informações repassadas pela Polícia Federal, três rotas foram identificadas para que, principalmente, os bengaleses entrassem de forma irregular no Brasil. A PF também descobriu que três homens de Bangladesh e um da Arábia Saudita são os intermediadores do negócio que rendia entre U$ 1 mil e U$ 1,5 mil por trabalhador traficado. Em 30 dias, o inquérito policial deve ser concluído para ser entregue ao Ministério Público.

Ministros

Na mesma sessão, a CPI do Tráfico de Pessoas aprovou a realização de audiência pública com as presenças dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) para explicarem denúncias de que estrangeiros, vítimas do tráfico humano, teriam trabalhado em obras federais situadas no Distrito Federal.