Incompetência do governo leva o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a declarações utópicas

Fio desencapado – A situação em que se encontra a economia brasileira é tão absurda, que integrantes do governo são instados a dar declarações que ultrapassam com folga os limites extremos do razoável. Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o “bondoso” BNDES, Luciano Coutinho disse que a alta da taxa básica de juro será benéfica à economia.

“O aumento dos juros terá efeito positivo para a economia brasileira porque vai remover a incerteza em relação à inflação. A inflação não pode ameaçar a capacidade de compra da sociedade brasileira, e o Banco Central, atuando de maneira firme para conduzir as expectativas em relação ao controle pleno da inflação, é um passo importante para confiarmos no futuro. A confiança no futuro é essencial para a decisão de investimento do empresário”, afirmou Coutinho.

Na mais mambembe escola de Economia do planeta, qualquer estudante que fizesse tal afirmação seria jubilado, pois é inimaginável uma situação em que juro alto faça bem à economia de uma nação. Nada pode ser mais corrosivo, depois da inflação, do que elevadas taxas de juros.

Luciano Coutinho, sempre incensado pelos aduladores de plantão, pode dizer o que quiser, pois ainda vivemos em um regime democrático, mas é temerário fazer afirmação tão estapafúrdia. A inflação só voltou a reinar absoluta porque o governo do PT, do qual Coutinho é integrante, deixou de investir adequadamente e dedicou-se à pirotecnia oficial.

O que a economia brasileira precisa para que os efeitos da crise sejam minimizados é um programa de combate ao processo inflacionário, como temos insistido nos últimos meses, mas que nem mesmo em sonho o governo de Dilma Rousseff cogita ingressar em tal seara. Covardes, os palacianos querem cuidar das consequências, quando na verdade a receita ideal é tratar da causa.

Querer controlar a inflação com elevação das taxas de juro é coisa de economista estreante. Em um país que até dias atrás apostava no consumo interno como forma de reverter a crise, taxas de juro elevadas é o maior veneno para o salário do trabalhador, que, é bom lembrar, ganha muito mal no Brasil.

Alguém precisa avisar ao presidente do BNDES que muitas vezes o silêncio vale ouro. E Luciano Coutinho perdeu a grande oportunidade de ficar calado.