Faroeste caboclo – Caso queira sonhar com a possibilidade de continuar por mais quatro anos como inquilino do Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) precisa tomar alguma medida emergencial para conter a onda de violência que toma conta do mais importante estado brasileiro, começando pela capital.
Alckmin, que costuma usar as estatísticas para provar que o índice de criminalidade em São Paulo é o menor do País, já não tem como explicar a onda de violência. Até bem pouco tempo, os bandidos alternavam os tipos de crime, mas agora o vale-tudo entrou em cena de uma vez. Arrastões a restaurantes, assaltos a condomínios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e as famosas “saidinhas de banco” recheiam o noticiário policial.
Na segunda-feira (3), um funcionário do seleto Colégio Nossa Senhora de Sion, na Zona oeste da capital paulista, foi assassinado após reagir a um assalto praticado à luz do dia. A vítima havia sacado R$ 3 mil em uma agência bancária e retornava ao trabalho quando foi abordada por criminosos.
Nesta terça-feira (4), um intenso tiroteio interrompeu trecho da Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista. Escoltado por seguranças, um empresário foi à agência bancária para sacar dinheiro e ao deixar o local foi abordado por dois assaltantes. O segurança reagiu acertando um dos criminosos, mas acabou baleado. O outro assaltante conseguiu fugir.
Ainda na tarde desta terça-feira será sepultado o dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41 anos, que foi assaltado em seu consultório, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e teve o corpo queimado pelos criminosos porque não tinha dinheiro.
Há dias, criminosos fizeram um arrastão no restaurante Ruella, que no momento da ação criminosa tinha aproximadamente oitenta clientes. Após deixarem o restaurante, os bandidos assaltaram uma residência no elegante bairro de Alto dos Pinheiros.
Geraldo Alckmin precisa deixar de lado a conversa fiada da redução da maioridade penal e partir para a ação. O governo federal, por questões óbvias e meramente eleitoreiras, é contra a medida, até porque quanto maior for a insegurança em São Paulo, melhor.
A solução é adotar o sistema de tolerância zero e colocar a polícia nas ruas diuturnamente. Do contrário, o melhor que o governador pode fazer é começar a arrumar as gavetas depois do Carnaval, pois a derrota nas urnas será uma questão de tempo.