Insegurança em SP leva Kassab ao moralismo, mas ex-prefeito deve se lembrar do escândalo Anhanguera

Tiro ao alvo – A insegurança que toma conta da cidade de São Paulo, crescendo de forma assustadora a cada dia, precisa ser enfrentada com urgência e rigor por parte das autoridades, sob pena de a maior capital do País se transformar em local proibido. Não há um dia sem notícia de assaltos, roubos, mortes, arrastões e outras práticas criminosas. Jamais a maior cidade brasileira serviu de pauta para os enfadonhos programas “policialescos” da televisão brasileira.

A frieza com que agem os criminosos é tamanha, que mortes ocorrem a esmo por causa de um celular, um par de tênis, até mesmo pelo dinheiro que o trabalhador usa para pagar o transporte. O assunto que mais tira o sono dos paulistanos no momento é a falência da segurança pública, tema que o governador Geraldo Alckmin prefere explicar com números estatísticos.

Há de se compreender que em termos percentuais o estado de São Paulo registra os menores índices de criminalidade do território nacional, mas isso não justifica a morte de um inocente. Da mesma forma que não convencerá os pais de um jovem que morre depois de atender às exigências do criminoso.

Enquanto Alckmin não promove uma revolução na segurança pública, que deveria começar com a adoção da “tolerância zero”, seus adversários políticos pisoteiam o tema e colocam seu sonho de reeleição na berlinda. Algo precisa ser feito para acabar com esse clima terrível que impera na capital dos paulistas, mas o caos reinante não pode servir de plataforma política para alguém do naipe de Gilberto Kassab, um dos piores prefeitos da história de São Paulo.

Presidente nacional do PSD, partido que funciona como braço avançado do PT na terra dos bandeirantes, Kassab tenta montar uma plataforma eleitoral a partir das questões da segurança pública. E para tal vem arregimentando políticos e autoridades que já frequentaram a seara dos tucanos, inclusive de Alckmin.

Esse voo cego de Gilberto Kassab nos céus da insegurança deve acabar em breve, mais precisamente no momento em que o governo paulista decidir ressuscitar o escândalo da Via Anhanguera. Um episódio ocorrido na rodovia que liga a capital ao interior paulista é capaz de tirar muita gente da cena política. Assim como o balbuciar da palavra “major”. Os poucos que conhecem o escândalo sabem que a retomada do assunto funcionará como hecatombe política. Basta que a turma do “deixa disso” não entre em ação.