Tensão total – A cada dia que passa aumenta a desconfiança do mercado financeiro internacional em relação às políticas econômicas adotadas pelo governo de Dilma Rousseff. Contrariando afirmação da presidente, que há dias garantiu que o governo não tinha em mente qualquer plano para conter a valorização da moeda norte-americana, o Banco Central, pelo segundo dia consecutivo, patrocinou duas operações de swap cambial (venda futura de moeda estrangeira) como forma de conter a alta do dólar, que nesta terça-feira (11) ultrapassou a barreira de R$ 2,16.
Com a intervenção do BC, a moeda norte-americana fechou os negócios valendo R$ 2,137, queda de 0,51%. O dólar inverteu a curva de alta após o segundo leilão do Banco Central e na esteira das especulações sobre uma eventual decisão do governo que reduziria o IOP sobre a entrada de capital externo. Isso provocará uma revolução na economia nacional, pois o País receberá capital especulativo e de curtíssimo prazo.
A situação tornou-se ainda mais grave porque a Bovespa, acompanhando as Bolsas de Valores de todo o planeta, encerrou os negócios nesta terça-feira com queda de 3,01%, registrando 49.769 pontos, menor nível desde agosto de 2011. O derretimento da Bovespa tem preocupado os investidores. Somente em junho, a Bolsa já perdeu 6,98%.
A decisão do Banco Central de queimar as reservas para conter a alta do dólar pode ter resultado pontual, como aconteceu nesta terça-feira, mas sob a ótica de um prazo maior não passa de uma tentativa desesperada de varrer a sujeira para debaixo do tapete. A economia brasileira cambaleia à beira do precipício, mas Dilma Rousseff e Guido Mantega continuam insistindo em medidas obtusas e paliativas.