Geraldo Alckmin recua em relação à manutenção da ordem e coloca de lado o respeito à lei

Tucano amarelo – Com novo protesto marcado para a tarde desta segunda-feira (17), a cidade de São Paulo corre o risco de se transformar em palco de vergonhoso desrespeito à legislação e ao direito de ir e vir de todos os cidadãos. Com o objetivo de evitar confrontos entre policiais e manifestantes, o governo paulista decidiu convidar os líderes do Movimento Passe Livre para uma reunião. O encontro, que contará com a participação de diversos representantes da Secretaria de Segurança Pública, tem como meta a definição do trajeto da manifestação e um acordo para a não obstrução das vias.

Por decisão das autoridades, a Polícia Militar está proibida de utilizar, no protesto desta segunda-feira, bombas de gás de efeito moral e balas de borracha, assim como não acionar a tropa de choque da corporação. Dialogar com quem destrói o patrimônio público apenas porque discorda de alguma medida adotada pelo governo mostra a falta de pulso do governador Geraldo Alckmin, que parece não ter absorvido as lições no tempo em que era vice de Mário Covas.

A democracia só existe com base no respeito à cidadania e ao conjunto legal do País, o que vem sendo ignorado de forma escandalosa. O fato de partidos políticos apoiarem esses corsos de vandalismo é motivo suficiente para que a lei seja cumprida sem qualquer tipo de condescendência. Reunir-se com os pseudo-manifestantes só deveria acontecer depois que os baderneiros de aluguel ressarcissem os prejuízos causados pela destruição do patrimônio público e privado. Qualquer ato contrário é endossar a instalação da baderna na quarta maior cidade do planeta e principal do País.

A decisão do governo paulista busca evitar desgastes no projeto de reeleição de Geraldo Alckmin, que, pelo caráter eminentemente político do movimento, poderá responder por prevaricação se os manifestantes deixarem de cumprir eventual acordo, patrocinando a mesma quebradeira que marcou os protestos anteriores. Não se pode acreditar em manifestação pacífica quando integrantes do movimento são presos com bombas caseiras, recipientes com gasolina e álcool, pedras, facas, pedaços de pau e outras armas em suas mochilas.

Não se trata de ser contra a livre manifestação do pensamento, mas, sim, de exigir que reivindicações sejam pacíficas e pautadas pela responsabilidade. O direito do cidadão e o conseguinte poder não representam senha para a instalação de uma anarquia no vácuo do politicamente correto. O exercício político, como um todo, é um jogo de xadrez que exige inteligência e perspicácia para que o pior não aconteça, repetindo o que já se conhece. Aos descontentes há o diálogo, aos vândalos há a força da lei e a ação policial, desde que sem abusos.