Com críticas apenas à PM paulista, ministro da Justiça consente com a violência encomendada pela FIFA

Dupla face – Para quem, em tempos pretéritos, condenou o capitalismo e gritou repetidas vezes “Fora FMI”, o PT palaciano mais parece mulher de lupanar que se debruça na janela. Esse comportamento duvidoso fica evidente com a genuflexão do Palácio do Planalto diante das ordens da FIFA, que no Brasil, como em qualquer parte do planeta, atropela a legislação local como alguém que pisa com asco em um inseto qualquer.

Se existe no governo de Dilma Vana Rousseff uma disputa para saber a quem pertence a maior dose de covardia, um dos fortes candidatos é o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Tão logo a Polícia Militar de São Paulo reagiu com rigor aos atos de vandalismo que brotaram das manifestações encomendadas pelo PT para constranger Geraldo Alckmin, o ministro da Justiça, do alto de suposta genialidade, criticou duramente a ação da corporação, como se no momento do tumulto o policial conseguisse atuar como uma recepcionista de festa de casamento. O que não significa que a truculência tenha o nosso endosso.

Com os protestos alcançando várias cidades brasileiras em questão de horas, José Eduardo Cardozo foi obrigado a mudar o discurso, sob pena de ter de criticar a ação rigorosa, porque não afirmar que foi truculenta, de corporações policiais de estados comandados por companheiros de legenda ou aliados de aluguel. É o caso da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, estado governado pelo petista Tarso Genro, que em Porto Alegre precisou usar a força para dispersar os manifestantes.

“Não podemos ter a admissibilidade de situações de depredação, de violência de pessoa física, e as autoridades policiais que, obviamente, intervêm, devem fazê-lo dentro princípio da proporcionalidade, ou seja, utilizar os meios necessários, nunca além do necessário, para manutenção da ordem e da lei”, declarou Cardozo.

De igual modo, a Polícia Militar cearense patrocinou um espetáculo vergonhoso ao tentar conter os manifestantes que, em Fortaleza, protestavam no entorno do Estádio Governador Plácido Castelo, o Castelão, onde a seleção brasileira venceu por dois gols a zero o onze mexicano.

Por determinação da FIFA, que até a última partida da Copa das Confederações será a autoridade máxima nessa república bananeira, os estádios têm uma zona de exclusão, onde a polícia e forças de segurança têm o dever de evitar qualquer tipo de entrevero ou manifestação. Não importando o que determina a legislação brasileira vigente. Caso algum manifestante sofrer danos físicos, morais e psicológicos, poderá processar o governo brasileiro por crime de responsabilidade e cobrar da FIA indenização milionária.

O mais interessante em mais essa ópera bufa com a estrela do PT é que a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, permanece em silêncio obediente, como se o soar do cassetete no dorso de alguém que protesta em área controlada pela FIFA fosse a maior das legalidades.

Ter vergonha de ser brasileiro é antipatriotismo, mas sentir náuseas por causa de um governo chicaneiro é um ato de coerência.