“Cura gay”: adversários de Marco Feliciano estão demorando a se rebelar contra deputado-pastor

Calou por quê? – Quando a polêmica se instalou na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados por causa da eleição de Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência do colegiado, o ucho.info defendeu o parlamentar, pois o processo foi democrático e transcorreu sob o regimento da Casa parlamentar. Da mesma maneira, a eleição de Feliciano ao parlamento se deu dentro do que reza a democracia e de acordo com a legislação eleitoral. Portanto, nada a protestar.

Aos contrários à permanência de Marco Feliciano na CDHM, lembramos que para ejetar o parlamentar do posto era preciso esperar o cometimento de alguma transgressão, em especial uma afronta aos Direitos Humanos. Há dias, Feliciano comandou sorrateiramente, depois de algumas tentativas frustradas, a aprovação do projeto que trata de um tema que está sendo chamado de “cura gay”.

Trata-se de um absurdo em todos os sentidos, que precisa ser combatido com tenacidade e a dureza da lei. Não se pode aceitar um ato de discriminação dessa natureza, pois a orientação sexual está longe de ser uma doença, portanto não sendo passível de tratamento. Se existe alguém nessa arrastada epopeia que carece de tratamento, esse é Marco Feliciano, que agora mostrou o seu pensamento obtuso e discriminatório.

Diante da algumas poucas manifestações, Marco Feliciano ganhou o apoio da bancada evangélica, que promete se rebelar caso a matéria seja rechaçada em alguma instancia do processo de aprovação. Se os parlamentares da bancada evangélica entendem que essa é a conduta correta, que se submetam às leis brasileiras.

Em um país minimamente sério, esses ditos representantes do povo já estariam afastados do Congresso Nacional e devidamente presos. Causa estranheza o fato de a onda de protestos contra Marco Feliciano ter perdido força. Por isso é importante aguardar o momento adequado para reagir.

Cabe à Câmara dos Deputados, como órgão de representação da sociedade brasileira, denunciar Marco Feliciano e seus pares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, antes que o assunto caia na vala do esquecimento.