(*) Editorial –
Políticos são eloquentes contumazes que enganam a opinião pública com palavrório visguento e de encomenda. Escondem a própria incompetência na mesma trincheira em que camuflam o banditismo de aluguel. Agem com tanta desenvoltura, que parte da população sequer percebe o grau de ousadia de quem mente com mais frequência do que ora.
Gostem ou não as autoridades, a política no Brasil é um próspero negócio, sempre em expansão. Pouco importa se a nação e o povo serão prejudicados. A ordem é manter em voga a armação ilimitada que tem levado o País a um quase irreversível grau de degradação. No contraponto, a cornucópia transgressora não cansa de soar na direção dos bolsos de uma minoria que deveria estar atrás das grades.
Quando um político é eleito pelas vias democráticas, o máximo que os descontentes podem fazer é protestar à sombra da lei. De nada adianta patrocinar um movimento a fórceps, pois perde-se a legitimidade do manifesto e da revolta. A inteligência e a coerência, sempre implacáveis, são as melhores armas contra políticos que insistem em ultrapassar as fronteiras do bom senso. E no Brasil tromba-se com essas figuras com facilidade que chega a impressionar. E é exatamente esse detalhe, a quantidade de utópicos, que faz com que a situação seja insustentável.
Quem conhece o modus operandi que impera na Esplanada dos Ministérios e adjacências, por exemplo, sabe que jamais o País viveu um período de tanta corrosão moral e despreparo por parte dos parlamentares, que fazem do mandato eletivo a senha para um seleto e privado reduto de escambos. Agem em questões políticas como se fossem rufiões da cidadania, sempre obrigada a se deitar com o escárnio que brota da vida pública.
Em termos políticos, o Brasil é uma nau à deriva em mares revoltos e sob a força de um teimoso furacão. A culpa por esse cenário nada simpático tem nome. Chama-se Dilma Vana Rousseff, a mulher que foi apresentada ao eleitorado como a garantia de continuidade. Essa filigrana do embuste oficial anunciava, pelo menos aos mais atentos, que Dilma seria uma marionete de luxo a alegrar a plateia sob o comando do antecessor.
A República e suas instituições estão sendo diuturnamente ultrajadas por um projeto totalitarista de poder, que não pode ser aceito em qualquer hipótese pelos brasileiros de bem. Em qualquer parte do planeta beira o inimaginável que um governante, diante de repentina crise política, se aconselhe com o chefe da corrupção e com um marqueteiro. Essa atitude explica o perigoso descontrole em que se encontra o País, situação que só não é mais grave porque não tem quem assuma responsabilidades imediatas com o cenário atual. Outrossim, a máquina estatal está dominada de tal forma que qualquer tentativa de mudança radical levaria o País ao colapso.
O Brasil foi saqueado contínua e paulatinamente nos últimos dez anos, mas algo precisa ser feito para reverter uma situação que no mínimo pode ser classificada como caótica. Nas ruas a sociedade resolveu soltar a voz na esteira de irrisórios vinte centavos, mas esse eco, que tanto encheu os brasileiros de orgulho, pode emudecer se a população permitir que armadilhas sejam esparramadas no caminho dos incautos. Eleger um incompetente é no máximo um equívoco, consentir com sua continuidade no cargo é irresponsabilidade.
Mudar não é substituir pessoas, muito menos patrocinar o revanchismo. Mudar é renovar ideias em favor do País e manter a integridade dos ideais pátrios. É impedir o avanço de projetos políticos obtusos, é combater a corrupção de forma incansável e ininterrupta. Mudar é repensar politicamente o País, é agir com coerência e planejamento. Mudar é não aceitar a trapaça dos donos do poder, como querem impor os bandoleiros palacianos. Mudar exige mudança de atitudes, requer compromisso. Mudar obriga que cada um se envolva na missão de devolver ao Brasil a dignidade como nação, algo pilhado por habilidosos saltimbancos. Mudar é preciso e a hora é agora. Mude para o Brasil mudar. Mude sem ficar mudo, pois a mudez impede a mudança.
Mude, pois o Brasil precisa desse gesto!
O Editor