Encontro no Palácio do Planalto termina em piadas e Dilma arrasta ministros para o olho do furacão

Chiste oficial – A reunião com governadores e prefeitos, no Palácio do Planalto, foi um tiro no pé disparado pela presidente Dilma Rousseff, que não contava com repercussão tão negativa. Ao deixarem o encontro, que foi marcado por piadas paralelas durante a fala da presidente, muitos governadores lamentaram o viés das propostas, que nem de longe atendem às reivindicações que têm dominado as manifestações populares.

Ainda no elevador do Palácio do Planalto, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, cujo partido, o PSB, integra a chamada base aliada, disse que “o monstro acordou e quer comida, muita comida”. Campos, que deve disputar a Presidência da República em 2014, viu sua candidatura crescer depois de um período de intensa e covarde pressão contrária exercida pelos palacianos.

Nas rodas de governadores e prefeitos que se formaram depois da reunião, a melhor definição para a situação enfrentada por Dilma é que ela se transformou em “abelha sem ferrão”, que já pico e despejou o veneno, mas agora está fadada a morrer em termos políticos.

O grande problema de Dilma Rousseff de agora em diante é o abandono por patê de alguns aliados. Todos são políticos e, com os olhos voltados para o futuro, não querem colar a própria imagem a um governo desacreditado e paralisado. A maior saia justa da presidente deve acontecer com o vice Michel Temer, do PMDB, legenda que nos bastidores já começa a ameaçar com uma saída de cena. Se isso acontecer, as propostas do governo no Congresso enfrentarão dificuldades.

A estratégia de Dilma Rousseff de escalar alguns ministros (Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Alexandre Padilha, Aloizio Mercadante e Aguinaldo Ribeiro) para falar após seu discurso serviu para não ficar solitária no meio de um furacão político que só cresce em tamanho e força.

Como se fossem poucos os desafios, a presidente terá de administrar a ação do antecessor, que nos bastidores trabalha de maneira desleal para ser o candidato petista na corrida presidencial do próximo ano.