BC intervém no mercado de câmbio, mas dólar está em rota de alta no último pregão do semestre

À deriva – Guido Mantega insiste em afirmar que a economia não está fora de controle, mas os números do mercado financeiro mostram que o ainda ministro da Fazenda prefere não enxergar o óbvio ou é adepto confesso da mitomania.

Um dia depois de contrariar as previsões do Banco Central e afirmar que o avanço do PIB em 2013 pode chegar a 3%, Mantega é obrigado a acompanhar a alta da moeda norte-americana, nesta sexta-feira (28), mesmo com intervenção da autoridade monetária no mercado de câmbio.

No último pregão do semestre, o dólar registrava alta de 0,98%, às 13h48, cotado a R$ 2,217. Mais cedo, o Banco Central realizou leilão de swap cambial – venda de dólares no mercado futuro – ofertando contratos com vencimento em 1º de outubro e 1º de novembro deste ano.

“Estamos no último dia útil do mês e pode estar tendo uma queda de braço entre comprados e vendidos pela formação da Ptax. Isso está deixando o câmbio mais pressionado e não reagindo muito à intervenção do BC”, disse à Agência Reuters o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno. A Ptax é uma taxa média calculada pelo BC, utilizada como referência na liquidação de contratos de câmbio e derivativos.

Há dias, Guido Mantega declarou que o governo tem munição de sobra para enfrentar a valorização da moeda norte-americana, o que compromete a frágil estratégia de controle da inflação. A declaração do ministro tem como pano de fundo as reservas brasileiras (aproximadamente US$ 340 bilhões), que podem derreter caso o dólar mantenha a curva de alta durante alguns meses. Vale lembrar que em cada incursão no mercado de câmbio o Banco Central se desfaz de alguns bilhões de dólares.