Controle remoto – Quando o ucho.info afirma que Geraldo Alckmin faz política com punhos de renda, muitos leitores se rebelam, mas a sequência dos fatos mostra que o governador do mais importante estado da federação não sabe enfrentar o banditismo dos adversários.
Por ocasião do anúncio da revogação do aumento das tarifas de transporte público, durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin falou sobre a decisão tomada no âmbito do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), empresas do governo paulista. Oportunista como nove entre dez integrantes do PT, o prefeito Fernando Haddad, que falou na sequência, não se limitou a tratar dos ônibus urbanos, mas discursou como se fosse sua a iniciativa de reduzir as tarifas como um todo.
Naquele momento, Geraldo Alckmin deveria ter tomado o microfone e desmascarado o alcaide paulistano, que ingeriu em seara que não lhe pertence. O que qualquer político minimamente experiente faria acabou não acontecendo, pois Alckmin age como estivesse na sacristia da igreja mais próxima.
Agora, com a CPI dos Transportes devidamente instalada na Câmara Municipal de São Paulo, Haddad conseguiu ampliar o espectro da Comissão que está sob total controle do PT. As investigações, que deveriam se limitar aos ônibus e vans que operam na maior cidade brasileira, alcançarão também as planilhas de custos do Metrô e da CPTM. A proposta de criação da CPI é do vereador Paulo Fiorilo (PT), mas o prefeito conseguiu enxertar uma ementa no pedido de investigações.
Tão logo o primeiro protesto comandado pelo Movimento Passe Livre ganhou as ruas de São Paulo, a população percebeu que o objetivo do PT era desestabilizar politicamente Geraldo Alckmin, pois nos planos da legenda está a tomada do Palácio dos Bandeirantes.
Subserviente à ousadia de Luiz Inácio da Silva, o prefeito da capital paulista deveria se imbuir de coragem e solicitar que fosse ampliada a linha do tempo das investigações da CPI, chegando até a gestão de Marta Suplicy. Com isso, os paulistanos saberiam a verdade sobre o escândalo da Viação Cidade Tiradentes e das ligações nebulosas do petista Jilmar Tatto (atual secretário municipal de Transportes) com os perueiros.
Confira abaixo trecho do depoimento de Gelson Camargo dos Santos à Polícia Civil de São Paulo, ocasião em que detalhou o esquema existente na SPTrans à época de Marta Suplicy