Arrogância e prepotência colocam Mercante, o estafeta palaciano, na linha de tiro do Congresso

Linha de tiro – Criticada cada vez mais por políticos de todas as correntes ideológicas, inclusive por petistas, a presidente Dilma Rousseff terá de promover uma reforma ministerial para acalmar os ânimos da população, que protesta contra a paralisia do governo. Nessa dança de cadeiras, com direito à redução de número de ministérios, Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) devem perder seus respectivos cargos. O sumiço de ambas durante a crise que parece não ter fim é prova inconteste da fritura.

Chamado para assumir a interlocução do governo com o Congresso Nacional, Aloizio Mercadante é considerado por muitos políticos como uma aposta equivocada da presidente Dilma Rousseff. Longe de ter o perfil do bom negociador, Mercadante é mal visto entre a extensa maioria de deputados e senadores, exceto os da sempre obediente e obtusa bancada petista.

Prepotente e arrogante, Aloizio Mercadante tem contra si um pífio desempenho como senador do mais importante estado brasileiro, São Paulo. Líderes políticos experientes, acostumados com negociações intensas e difíceis, não encaram com bons olhos o novo papel do ministro da Educação, que agora despacha em um gabinete do Congresso Nacional, enquanto a Educação brasileira cambaleia.

A situação é tão tensa, que um senador, sempre consultado por Dilma, já disse nos bastidores que se for obrigado a negociar com Mercadante deixa imediatamente a base de sustentação do governo. Isso mostra que a presidente cometerá um enorme e grave erro se instalar Mercadante na chefia da Casa Civil, em substituição a Gleisi Hoffmann. Para piorar o cenário da presidente, Mercadante conta com a conhecida rejeição de Lula e José Dirceu.