Perna curta – Na quarta-feira (10), durante encontro com mais de quatro mil prefeitos que lhe dedicaram sonora e solene vaia, a presidente Dilma Rousseff voltou a abusar da mitomania inerente ao cargo e prometeu liberar recursos para a construção de duas mil creches.
Durante a campanha eleitoral de 2010, quando subia nos palanques a bordo da “garantia de continuidade”, a candidata petista prometeu entregar seis mil creches até o final de 2014, com investimento de R$ 7,6 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entretanto, de acordo com dados do Siafi, até agora o governo milagroso do PT liberou apenas R$ 1,48 bilhão, equivalentes a pouco mais de 1,2 mil creches. Nesses trinta meses de mandato, o Executivo deveria ter investido, proporcionalmente, R$ 4,75 bilhões na construção de creches. O valor efetivado pelo governo representa um fracasso de 69% em relação ao que deveria ter executado.
Prometer sem se preocupar com o compromisso parece ser o forte de Dilma Rousseff. Em dezembro de 2012, quando a grave crise política ainda não rondava o Palácio do Planalto, a presidente, ao discursar em Paris para uma plateia de atentos e desconfiados empresários franceses, prometeu construir 800 aeroportos até o final de seu mandato. “Os números no Brasil, às vezes, são grandes. Nós pretendemos fazer em torno de uns 800 para mais aeroportos regionais”, afirmou Dilma.
Como até agora nenhum saco de cimento foi comprado para construir ao menos um aeroporto regional, Dilma poderia explicar se as duas mil creches prometidas aos prefeitos que a vaiaram fazem parte da cota anunciada em 2010 ou se no total serão oito mil. Ainda assim, a presidente deve revelar aos brasileiros até quando pretende ficar no Palácio do Planalto para entregar as 6 mil creches e os 800 aeroportos regionais.
