Barrado no baile – Autoridades do Panamá retiveram em Colón, no litoral do Caribe, um navio de bandeira norte-coreana com carga de açúcar procedente de Cuba, sob a qual foram encontradas armas de guerra, anunciou Ricardo Martinelli, presidente do país centro-americano.
“O navio vinha de Cuba com destino à Coreia do Norte”, declarou Martinelli, que indicou que após tirar a primeira camada da carga de açúcar foram encontrados os armamentos acondicionados em dois contêineres. O presidente do Panamá, que solicitou às autoridades do porto de Manzanillo averiguação do fato, confirmou sem titubear que se trata de material bélico e balístico.
Questionado sobre a possibilidade de mísseis fazerem parte deste carregamento, o presidente panamenho disse desconhecer a informação. “Que o mundo saiba que material bélico não declarado não pode passar pelo Canal do Panamá”, afirmou Martinelli, que ressaltou que o capitão do navio e os 35 tripulantes, que estão detidos, esboçaram forte resistência à ação das autoridades panamenhas. Os tripulantes e o capitão foram levados à antiga base aeronaval americano de Sherman, atualmente sob o comando Serviço Naval do Panamá, para depoimentos e o imediato prosseguimento das investigações.
O ministro de Segurança do Panamá, José Raún Mulino, identificou o navio como Chon Chong Wang e informou que os dois contêineres com as armas foram encontrados em meio a uma carga de açúcar mascavo. Segundo Mulino, caberá às Nações Unidas decidir a quem os detidos no canal serão entregues.
Junto com Martinelli e Mulino, o juiz antidrogas Javier Caraballo, que comandou a operação de inteligência que culminou com a interceptação do navio, também estava presente no local. “O Panamá é um país que chama a paz, não a guerra”, concluiu o presidente Ricardo Martinelli.
Esse episódio confirma a disposição do governo truculento dos irmãos Castros de colaborar com as escassas ditaduras esquerdistas ao redor do planeta. Com a economia combalida e cada vez mais dependente dos petrodólares da Venezuela, que continuam aterrissando em Havana por obra do finado caudilho Hugo Chávez, o governo cubano pode ter utilizado a ilha caribenha apenas como passagem para o armamento enviado por outro país. Não causará surpresa se o armamento apreendido no Canal do Panamá for parte do arsenal bélico venezuelano.