Gilberto Carvalho mostra a pouca seriedade do governo ao dizer que o povo fará a segurança do papa

Piada pronta – Estivesse vivo, o ex-presidente da França, general Charles de Gaulle, assumiria sem dificuldade a paternidade da frase que um dia lhe creditaram: “O Brasil não é um país sério”. Por mais que os brasileiros discordem, tal afirmação é o mais fiel retrato de um país governado por irresponsáveis e incompetentes que usam o poder para surgir em cena como assíduos frequentadores da árvore genealógica de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada.

Na terça-feira (16), sob pressão do Palácio do Planalto, a Agência Brasileira de Inteligência informou que está monitorando os movimentos que podem comprometer a Jornada Mundial da Juventude, que contará com a participação do papa Francisco. Como mencionamos na edição desta quarta-feira (17), serviço de inteligência que dá publicidade às suas ações é piada de quinta.

Apesar da incoerência, o governo da presidente Dilma Rousseff, que por conta da crise se agarra à religiosidade de ocasião, está aparentemente preocupado com eventuais manifestações populares durante a passagem do papa pelo Brasil.

A irresponsabilidade que circula pelo Palácio do Planalto é tamanha, que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o povo fará a segurança do papa Francisco.

“Quem vai fazer a grande segurança do papa é o povo brasileiro, a juventude, o pessoal que está esperando com grande alegria. Se ocorrerem manifestações, e é natural que ocorram em um país democrático, nós vimos tantas agora, será absolutamente normal. E o papa é uma pessoa democrática, acostumada a viver na periferia de Buenos Aires. Vai saber entender”, disse Carvalho no final da manhã desta quarta-feira.

Ora, se a segurança do líder da Igreja Católica durante sua estada no Brasil ficará a cargo do povo, a Abin iniciou com grande atraso o monitoramento dos chamados movimentos populares. Um país cujo serviço de inteligência peca pela burrice não pode ser considerado sério, nem mesmo com excesso de boa vontade.