Jogando para a plateia, governo e Congresso se enfrentam por causa do repentino corte de impostos

Frente de batalha – Os recentes protestos ocorridos em várias cidades brasileiras, com dezenas de milhares de manifestantes ocupando as ruas mais de uma vez, patrocinaram uma queda de braço silenciosa entre os poderes Executivo e Legislativo no âmbito federal.

Em pé de guerra com a presidente Dilma Rousseff, que está sendo derrotada pela crise política, deputados e senadores passaram a apresentar projetos que desoneram alguns setores da economia, sob a alegação de que é preciso reduzir o chamado “custo Brasil”. Na outra ponta está o governo federal, empenhado em cortar gastos.

Esse enfrentamento que parece não ter fim levou o governo a ameaçar o Congresso com medidas para estancar a redução de tributos. No horizonte o cenário não é dos mais animadores para o governo, que desde as manifestações ainda não encontrou uma forma efetiva de atender às reivindicações da população.

Uma das reclamações que marcaram os protestos é a incapacidade do governo de investir, mesmo diante de uma arrecadação tributária que não para de crescer. Sem dar a devida contrapartida ao contribuinte e se negando a cortar tributos, a tendência é que a presidente Dilma Rousseff tenha novos problemas dentro de pouco tempo.

Fazendo um balanço da situação, a União tem um ponto de equilíbrio em suas contas e qualquer desoneração tributária além do limite pode levar o governo a uma situação muito complexa em termos financeiros. A grande questão nessa epopeia política é que o PT teve uma década para cumprir as promessas de campanha, mas até agora nada aconteceu em termos práticos. Sobraram discursos ao longo desse período, mas continua o blecaute de agilidade governamental.

Faltando pouco mais de um ano para as eleições e com os índices de aprovação do governo e de Dilma despencando, o brasileiro deve se preparar para um jogo sujo e rasteiro entre os que se digladiam pelo poder. Até porque, quem está dentro não quer sair e quem está fora não vê a hora de entrar. E nesse jogo só o povo há de perder. Eis a questão!