Mantega desautoriza representante brasileiro no FMI e defende ajuda financeira à combalida Grécia

Pane do pensamento – Só mesmo um inocente é capaz de acreditar que o governo brasileiro é sério. Como se fossem poucas as trapalhadas oficiais nesta louca Terra de Macunaíma, o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou nesta quinta-feira (1) o economista Paulo Nogueira Batista, representante do Brasil e outros países sul-americanos e caribenhos no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para mostrar que o Brasil está sem comando e segue a lógica da utopia, Mantega telefonou para Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, para informar que o governo discorda da decisão de Nogueira Batista, que se posicionou contra nova ajuda financeira à Grécia. Em reunião da diretoria-executiva, o FMI colocou em votação a liberação de um empréstimo no valor de US$ 1,7 bilhão ao governo de Atenas, mas Paulo Nogueira Batista discordou da decisão tomada pelo órgão.

Em comunicado publico no qual justificou sua decisão, Batista destacou o descontentamento dos países emergentes com a política do FMI de resgatar economias da zona do euro. Ao se abster na votação, o economista brasileiro centrou sua decisão na possibilidade cada vez maior de um calote por parte do governo da Grécia.

O ministro da Fazenda chamou Paulo Nogueira Batista ao Brasil para uma conversa, mas descartou a possibilidade de demissão do representante verde-louro no FMI. Mantega afirmou que faltou combinar com o economista a posição do governo brasileiro em relação ao tema. Em outras palavras, Mantega, que não consegue debelar a crise econômica que se instalou no Brasil, quer salvar uma economia que está a um passo da bancarrota.

Deixar a zona do euro à deriva no momento de crise seria uma irresponsabilidade, mas é preciso separar o joio do trigo. A Grécia ingressou na comunidade europeia sem qualquer tipo de pressão, mas ignorou as distintas realidades econômico-financeiras das nações do bloco. O erro foi nivelar por cima todas as economias da zona do euro, sem se preocupar com fatores como inflação, endividamento oficial, capacidade de geração de riqueza e crescimento do PIB.