Uso político da investigação do Cade sobre o caso do Metrô de São Paulo já deveria estar na polícia

Chamem o camburão – A cada novo dia que surge fica mais evidente a intenção do PT de usar politicamente o caso de eventual cartel nas licitações do metrô e trens de São Paulo. A conduta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é tão transgressora, que não há como negar que o objetivo é deixar o caminho livre para que o Partido dos Trabalhadores tome de assalto o mais importante e rico estado da federação. Ao mesmo tempo, o banditismo político protagonizado comumente protagonizado pelo partido também busca neutralizar eventuais adversários de Dilma Rousseff em seu projeto de reeleição.

Não se trata de defender a não investigação do caso envolvendo a empresa alemã Siemens e que tem todos os ingredientes para se transformar em escândalo, mas é preciso que a apuração dos fatos siga o que determina a legislação e não seja uma ferramenta política covarde nas mãos de um partido que a história recente já provou que, na condição de quadrilha, é um inequívoco caso de polícia. Longe de ser uma reserva moral, o PT não tem credenciais para conduzir uma investigação sobre corrupção. Insistir nessa tese é o mesmo que colocar o traficante Fernandinho Beira-Mar como dirigente de uma clínica de recuperação de drogados.

Assim como acontece quando se aproximam eleições, o PT aciona sua usina de maldades na tentativa de derrotar os adversários e se perpetuar no poder, pois um revés nas urnas varreria o partido da história nacional. O brasileiro não pode aceitar essa manipulação criminosa dos fatos, algo que o PT faz com destreza de fazer inveja aos pistoleiros do cinema, porque a cada novo capítulo desse embate entre petistas e tucanos a democracia e a cidadania sofrem uma dolorosa apunhalada.

Quando o ex-presidente e lobista-fugitivo Lula lançou com muita antecipação a disputa presidencial de 2014, o ucho.info alertou os adversários do PT, em especial o PSDB, para o jogo sujo e rasteiro que viria pela frente. Não se trata de fazer uso de bola de cristal, mas, sim, de conhecer o modus operandi de bandoleiros políticos que usam o mandato eletivo como senha para o vale tudo, começando pela falsa sensação de impunidade.

Há muito que o Brasil precisa ser passado a limpo, independentemente de quem sejam os prejudicados com a atrasada assepsia, mas em nenhum momento esse movimento pode abrir flancos para criminosos instalados no poder transformem o País em um faroeste particular, onde a troca de acusações serve para que cada atirador proteja seus respectivos interesses.

Mesmo com o vexatório espetáculo que se desdobra a cada segundo, o PT defende uma urgente reforma política que valha inclusive nas eleições do próximo ano. Nem mesmo um inocente em último grau é capaz de acreditar nesse truque mambembe que ostenta o carimbo chicaneiro do PT. Os brasileiros precisam novamente sair do sofá da sala, ganhar as ruas do País e de maneira ininterrupta exigir mudanças. Do contrário, o Brasil está fadado a se transformar em uma versão agigantada da decadente e totalitária Venezuela.