FHC defende a candidatura de Aécio, mas reconhece que Serra tem o direito de querer a presidência

Em cima do muro – O PSDB, quase com fissuras internas, deve enfrentar mais adiante uma disputa pela indicação do candidato do partido à corrida presidencial de 2014. Pelo menos por enquanto, o único nome anunciado como candidato do tucanato é o do senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do partido.

Acreditando na possibilidade de lançar a candidatura de Aécio sem a realização de eleição interna, o PSDB não considerou uma eventual disposição de José Serra de entrar no páreo. É verdade que o ex-governador paulista acumula certo desgaste político por causa das derrotas, mas isso não pode ser interpretado como desistência. Aliás, Serra, em recentes declarações à imprensa, deu mostras de que não abriu mão do plano de chegar ao Palácio do Planalto.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que acredita ser Aécio Neves o melhor candidato, até porque ele próprio lançou antecipadamente a candidatura do senador mineiro, disse que Serra tem o direito de disputar a indicação do partido. Para quem imaginava que José Serra tinha desistido de disputas, na noite de quinta-feira (15) ele participou de uma palestra de FHC no auditório da Livraria Cultura, em São Paulo. Ao deixar o local, Serra foi assediado por simpatizantes, com direito a fotos e rápidas conversas.

Enquanto cresce a polêmica sobre quem será o presidenciável do partido, no grupo de pensadores do PSDB há certa resistência em relação ao nome de Aécio Neves. Diante da dúvida que se apoderou do assunto, alguém sugeriu, em encontro recente, que Fernando Henrique poderia ser o candidato, sepultando qualquer polêmica. O ex-presidente não descartou a possibilidade, mas também não disse sim. Apenas foi elegante ao usar a própria idade para evitar o surgimento de nova polêmica. FHC foi imediatamente aparteado por um companheiro político de longa data, que lembrou que um homem que tem uma namorada muitos anos mais jovem ainda tem disposição para governar.

Resumo da ópera tucana: o partido continua sem candidato para tentar barrar a reeleição de Dilma Vana Rousseff, que tem contemplado a crise político-econômica corroer lentamente seu projeto político.