Dureza da lei – Começou nesta quinta-feira (22) o julgamento do ex-secretário do Partido Comunista da China, Bo Xilai, envolvido no maior escândalo da história recente do partido. Acusado de corrupção, suborno e abuso de poder, o réu logo negou a primeira acusação, afirmando ter sido obrigado a confessar crimes durante interrogatórios.
“Quanto à questão de Tang Xiaolin [gerente geral de uma corporação de desenvolvimento internacional] ter me dado dinheiro três vezes, eu admiti isso contra a minha vontade ao ser investigado pela Comissão Central de Inspeção Disciplinar. Estou disposto a arcar com as responsabilidades legais, mas naquela época eu não sabia das circunstâncias desses atos”, afirmou Bo durante o julgamento.
Um porta-voz do tribunal afirmou que o réu estava emocionalmente estável e psicologicamente saudável. O início do processo foi marcado por manifestações em frente ao tribunal. Alguns dos seguidores do ex-político e manifestantes foram presos.
Até o início de 2012, Bo era secretário e chefe do PC em Chongqing, a maior cidade do país. O ex-político de 64 anos é acusado de ter roubado US$ 3,8 milhões. Além disso, ele teria desviado quantias bilionárias dos cofres públicos com ajuda do inglês Neil Heywood, assassinado em 2011. A mulher de Bo, Gu Kailai, foi condenada à morte com suspensão condicional de pena pelo assassinato de Heywood, o que na China corresponde à prisão perpétua.
Segundo informações da emissora estatal CCTV, o julgamento do ex-político deve durar dois dias, e o anúncio do veredicto está previsto para o início de setembro. (Com agências internacionais)