Pelo de rato é encontrado em novo lote de ketchup Heinz

Estranho no ninho – Um novo lote do internacionalmente conhecido ketchup Heinz foi apontado como contendo pelos de roedores. Fabricado pela mexicana Delimex e importado pela Quero Alimentos, empresa pertencente à Heinz.

O terceiro lote identificado como contendo pelos de roedores é o 2C31, o que levou as autoridades de saúde pública a interditarem o mesmo. Anteriormente, os lotes 2C30 e 2K04 também apresentaram fragmentos de pelos de roedores, possivelmente ratos.

O caso foi denunciado há seis meses pela Associação de Consumidores Proteste. Após testes laboratoriais, um lote do produto foi retirado do mercado pela Vigilância Sanitária em São Paulo. Um segundo lote do produto, o 2K04, com vencimento em janeiro de 2014, adquirido no supermercado Carrefour Taboão, de São Bernardo do Campo, também estava contaminado.

A pedido da Superintendência de Vigilância Sanitária em Saúde (Suvisa) de Goiás, o Laboratório Central de Saúde Pública do estado analisou o terceiro lote em fevereiro. Inicialmente, as amostras que seriam analisadas eram as dos lotes 2C30 e 2k04, já periciadas pela Proteste e pela Anvisa através do Laboratório Adolf Lutz. Como embalagens de ambos os lotes não foram encontradas em Goiás, os técnicos optaram por uma unidade do lote mais próximo, o 2C31. No final da tarde de quarta-feira (21), representantes da Heinz tinham reunião na Suvisa para tratar das contaminações.

A Vigilância de Produtos informou que, ao identificar a contaminação no lote, instaurou processo administrativo-sanitário contra a unidade da Heinz em Nerópolis. A empresa, entretanto, apresentou sua defesa e o processo foi transitado em julgado, ou seja, não mais cabendo recursos.

A Heinz foi notificada e autuada por importar e comercializar produto fora dos padrões de identidade e qualidade, com aplicação de multa. Além disso, a Suvisa emitiu intimação para o recolhimento do lote 2C31.

Estrago de um pelo

O anúncio da contaminação do ketchup Heinz provocou uma onda de desconfiança entre os usuários do produto, que passaram a buscar similares ou até mesmo a não usar ketchup nas refeições. Cair no descrédito junto à opinião pública brasileira é um golpe duro e de difícil assimilação. Reverter o cenário atual exigirá da Heinz muito trabalho e investimento, até porque a desconfiança cresce à medida que aumenta a enxurrada de notícias e conjecturas sobre o caso.

As consequências do anúncio já podem ser sentidas em supermercados da capital paulista, onde marcas concorrentes são oferecidas ao lado do ketchup Heinz e por preços promocionais. Em algumas das mais tradicionais lanchonetes da cidade de São Paulo, marcas nacionais começam a substituir o norte-americano Heinz, até então o mais cobiçado ketchup do planeta.

Sócios brasileiros

Em fevereiro deste ano, a Heinz foi vendida por US$ 28 bilhões para a Berkshire Hathaway, conglomerado do bilionário Warren Buffett, e a 3G Capital, grupo brasileiro de investimentos que é dono da Ambev e da Burger King. A 3G Capital pertence aos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.