PMDB aposta na ignorância do povo e usa programa para falar de decência, moralidade, retidão e coragem

Face lenhosa – No ousado programa político que levou ao ar na noite de quinta-feira (22), o PMDB, na maior parte do tempo, insistiu no tema democracia. Como se o povo brasileiro não soubesse da realidade, o partido, que é o maior da chamada base aliada, abriu o programa usando cada letra que forma a palavra democracia para patrocinar um acinte contra o telespectador.

Contratados pelo PMDB, um time de competentes atores abriu o programa ligando cada letra a outras palavras: D – de decência, E – de eficiência, M – de moralidade, O – de ordem, C – de compromisso, R – de retidão, A – de ação, C – de coragem, I – de intuição, A – de altruísmo, de abnegação, de amor pelo outro.

Um partido político que com certa frequência cai na boca do povo por causa dos escândalos que protagoniza, não pode balbuciar as palavras acima. Até porque, quem conhece as entranhas da política nacional sabe que DECÊNCIA é exclusividade de uma ínfima minoria no PMDB.

EFICIÊNCIA, no entendimento do PMDB, é o que brota do desgoverno de Roseana Sarney.

MORALIDADE é assunto que o alagoano Renan Calheiros conhece bem e discute com as vacas que custearam o seu caso extraconjugal com Mônica Veloso.

ORDEM foi o que o caudilho José Sarney distribuiu aos quatro cantos para blindar o filho investigado pela Polícia Federal e censurar o jornal “O Estado de S. Paulo”.

O único COMPROMISSO do PMDB, no momento, é aprovar no Congresso as matérias de interesse do governo petista, desde que a contrapartida surja na frente.

RETIDÃO foi o que pensou o senador Edinho Lobão quando, antes de se retratar, retirou a palavra ética do novo código de conduta do Senado.

AÇÃO foi o Henrique Eduardo Alves viu no Maracanã, depois de voar com sua turma em avião da FAB e no Rio de Janeiro acompanhar a final da Copa das Confederações.

CORAGEM teve Eduardo Paes ao sugerir que o papa Francisco rezasse missa em um pântano camuflado.

INTUIÇÃO foi o que levou o agora sumido José Borba a participar do Mensalão.

ALTRUÍSMO é um detalhe da personalidade de Sérgio Cabral Filho, que ganhou destaque nos voos de helicóptero para Mangaratiba e nas farras parisienses financiadas por Fernando Cavendish.

ABNEGAÇÃO foi que levou Wagner Rossi a ser ejetado do cargo de ministro da Agricultura.

E AMOR PELO OUTRO, por que não pela outra… Bem, esse é um assunto que merece ser tratado com cuidado para que casamentos não sejam desfeitos. Afinal, poucos são os rebanhos no Brasil capazes de justificar financeiramente algumas puladas de cerca.