Dilma demite Patriota no vácuo do caso do senador boliviano e indica embaixador na ONU para o cargo

Olho da rua – Antonio Patriota não é mais ministro de Relações Exteriores. Na esteira do caso da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil, Patriota foi pressionado pelo Palácio do Planalto para punir o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia.

Saboia assumiu a responsabilidade por levar o senador boliviano em carro diplomático até Corumbá, no Mato Grosso do Sul, de onde o adversário de Evo Morales seguiu em avião particular para Brasília.

Diante do desdobramento do caso, a presidente Dilma Rousseff chamou o chefe do Itamaraty no Palácio do Planalto e informou-o sobre a demissão. Antes de demitir Antonio Patriota, a presidente já havia escolhido o embaixador Luiz Alberto Figueiredo para assumir a pasta. Figueiredo é o atual representante do Brasil na Organização das Nações Unidas. Antonio Patriota assumirá cargo na ONU.

A cúpula do Itamaraty esteve reunida durante longas horas nesta segunda-feira (26) para tratar do caso, mas é importante destacar que Saboia certamente não agiu por conta própria e à revelia do então chefe do Itamaraty. A maior prova de que o governo sabia da operação é que policiais federais aguardavam a chegada do senador Molina em Corumbá.

Se a fuga do senador boliviano, adversário político de Evo Morales, em carro da embaixada brasileira foi motivo para a demissão de Antonio Patriota, a presidente Dilma deveria demitir o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, a quem responde a Polícia Federal, que soube com antecedência da operação.