Setor de serviços demite em julho e acende o sinal de alerta no mercado de trabalho

Luz vermelha – Divulgados na manhã desta quarta-feira (28), os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), mostraram que a taxa de desemprego manteve-se estável em julho no conjunto de sete regiões metropolitanas do País, repetindo o índice do mês anterior, de 10,9%. No mesmo período de 2012, a desocupação atingiu a marca de 10,7%.

A projeção do número de desempregados nas sete regiões metropolitanas – São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Distrito Federal – ficou em 2,424 milhões de pessoas, contingente semelhante ao do mês anterior. A população economicamente ativa (PEA) das sete regiões alcançou em 22,250 milhões de pessoas, 107 mil a mais que em junho.

Indústria contrata, serviços demite

Em julho, na comparação com o mês anterior, a indústria foi o setor que mais contratou na média das sete regiões metropolitanas alvo da pesquisa

A indústria de transformação registrou avanço de 1,9%, com 54 mil novos postos de trabalho, enquanto o setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas apareceu na sequência, com alta de 1,2%, com 46 mil contratações. O setor da construção também criou novos postos de trabalho, mas em ritmo menor, com 11 mil vagas (0,7%).

O resultado mais preocupante da pesquisa ficou com o setor de serviços, que no período demitiu 7 trabalhadores, o que representa retração de 0,1% ante junho.

O problema está no fato de que com o passar dos anos o Brasil tornou-se um país de prestadores de serviços, como alertou o ucho.info em diversas ocasiões, e qualquer onda de demissão no setor significa problemas econômicos. Isso porque o setor é responsável por aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto, o que deixa o Brasil em situação de vulnerabilidade.

Esse dado preocupa porque há no mercado um número maior de pessoas procurando emprego, o que faz com que na hora da negociação os salários caiam. Tal cenário advém de um recuo no consumo de serviços, impactando na economia de uma maneira que merece atenção.