Números da economia mostram que no médio prazo o brasileiro terá de conviver com a crise

Coquetel perigoso – Enquanto o Banco Central eleva a Selic para conter o consumo e consequentemente combater a inflação, o mercado de serviços administra os resultados do mês de julho, quando ocorreram 7 mil demissões, número alto para um segmento da economia que responde por 70% do Produto Interno Bruto. Isso significa que o brasileiro remodelou o padrão de consumo, provocando as inesperadas demissões.

Esse cenário contribui para a continuidade do processo de corrosão do salário do trabalhador, que quando desempregado negocia para baixo a remuneração para sair da incômoda situação.

O quadro torna-se mais crítico no curto prazo quando analisada a proposta do governo federal de elevar para R$ 722,90 o salário mínimo a partir de 1º de janeiro do próximo ano. O que o Planalto propõe é um aumento 6,62% em relação ao salário mínimo vigente, que é de R$ 678. O valor proposto pelo governo do Partido dos Trabalhadores é vergonhoso em todos os sentidos, começando pelo fato de que é muito para quem paga e pouco para quem recebe.

É preciso reconhecer que com o novo salário sugerido pelo Palácio do Planalto é impossível sobreviver em um país onde a inflação oficial gravita na órbita de 20%. Não custa lembrar que para o Dieese, o salário mínimo ideal, neste mês de agosto, deveria ser de R$ 2.680,00, ou seja, quase quatro vezes o valor que um reles trabalhador recebe após trinta dias de labuta.

A conjunção de todos os tópicos descritos nesta matéria mostra que o governo petista de Dilma Rousseff mente de maneira acintosa quando fala em recuperação da economia e controle da inflação. Da mesma forma é falaciosa a afirmação de que a crise brasileira resulta das políticas econômicas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, que na opinião dos petistas deveriam ir à bancarrota apenas para justificar a incompetência da esquerda tropical.

Próximo do despenhadeiro

A economia brasileira enfrenta uma séria crise, mas os palacianos relutam em aceitar a realidade dos fatos, pois isso seria admitir que é deveras amaldiçoada a herança do agora lobista de empreiteira Luiz Inácio da Silva.

Depois de uma série de erros e equívocos cometidos pelo ainda ministro Guido Mantega (Fazenda) na condução da economia, a presidente devolveu ao Banco Central a autonomia de autoridade monetária, a quem cabe, entre as responsabilidades, combater a inflação. O que explica mais uma decisão do Comitê de Política Econômica (Copom) de aumentar em meio ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), agora fixada em 9% ao ano.

Alguns analistas do mercado financeiro afirmam que, a continuar a toada presente, não demorará muito para a Selic alcançar a marca de dois dígitos, por que não afirmar que ultrapassará o patamar de 10% no começo de 2014, caso o governo não tire da cartola alguma medida capaz de, em passo de mágica, reverter a crise econômica atual.

Carência de investimentos

Pode-se considerar como excesso de irresponsabilidade a declaração uníssona dos integrantes da cúpula do governo, que afirmam que as concessões de alguns setores da economia servirão para estancar a crise. Trata-se de mais uma alucinação dos palacianos, que agora apelam a qualquer absurdo na tentativa de manter em marcha o projeto de reeleição de Dilma Rousseff.

Com a realidade da economia sendo camuflada pelo governo através de preços artificiais, como os de transporte público, combustíveis e energia, e a falta de investimentos de infraestrutura, nenhum investidor despejará suas reservas em um cenário marcado por incertezas. Fora isso, o intervencionismo cada vez maior do governo em diversos setores mostra a incapacidade do PT em gerenciar a economia em doses mínimas de razoabilidade.

Com a economia norte-americana dando provas concretas da recuperação, a rota a ser seguida pelos investidores leva à Terra do Tio Sam, para o desespero dos petistas que frequentam o Palácio do Planalto e continuam embriagados pelas balelas de Luiz Inácio da Silva, o fugitivo Lula.