Assessor pedófilo de Gleisi Hoffmann ameaça testemunhas e quer que Justiça suspenda pedido de prisão

Sol quadrado – Com a prisão decretada, investigado pelo Ministério Público do Paraná por 23 estupros, Eduardo Gaievski, o assessor que Gleisi Hoffmann levou para a Casa Civil, está foragido. Dono de ousadia conhecida, Gaievski, por meio de advogados, quer que a Justiça revogue sua prisão. Caso a Justiça ceda, Gaievski representará um sério perigo para as dezenas de vítimas e testemunhas de suas delinquências sexuais. O histórico do ex-prefeito de Realeza revela um indivíduo violento e acostumado a ameaçar suas vítimas.

“Eu tinha 13 anos de idade e o prefeito foi me buscar no colégio para levar para o motel”, diz J. S., uma das vítimas, que hoje está com 17 anos. O prefeito, segundo os relatos, aliciava as garotas usando mulheres mais velhas para convencê-las a manter relações com ele. “A gente era ameaçada para não contar nada a ninguém”, relata a adolescente na matéria da revista Veja que noticiou a decretação da prisão de Gaievski. A.F., outra menor, que tinha 14 anos quando foi apanhada na escola e levada ao motel Jet’aime pelo prefeito três vezes, confirma as ameaças.

Casos de extrema violência física também são relatados pelas vítimas. Uma jovem de 18 anos (que tinha 14 quando teria sido abusada por Gaievski) fez um relato estarrecedor à Rádio Educadora de Francisco Beltrão. Contou que à época residia com a família em Realeza e que todos passavam por dificuldades, quando o prefeito despediu da prefeitura o único membro da família que trabalhava para o sustento dos demais.

A jovem telefonou para o prefeito e pediu que reconsiderasse a demissão do familiar. Foi quando Gaievski propôs um encontro para discutir o assunto. “Quando embarquei no carro, ele foi direto para um motel, onde arrancou minhas roupas, me agrediu com tapas e me violentou”. A jovem contou que na época era virgem e devido à violência sexual ficou sangrando por duas semanas, quando procurou atendimento médico.

Já a jornalista Caroline Brand, hoje com 24 anos, teve mais sorte. Contou ao portal Terra que foi vítima de assédio e ameaças por parte de Eduardo Gaievski. Foi pautada a fazer uma matéria com o então prefeito e passou imediatamente a ser assediada. Gaievski a convidou para viajar com ele a Brasília como “assessora especial”.

Como recusou o convite, o entao prefeito passou a assediá-la pelas redes sociais. Parentes da jornalista foram tomar satisfações e foram ameaçados. O prefeito chamou a Polícia Civil e se disse ameaçado. “A partir daí, ele passou a me perseguir, dizendo que eu queria aparecer. Na Assembleia Legislativa, onde trabalhei, ele aparecia por lá e dizia que era para minha família calar a boca, que eu era ‘pseudojornalista’ e poderia me complicar”, afirma Caroline.

Eduardo Gaievski foi prefeito de Realeza, cidade do interior paranaense, por dois mandatos (entre 2005 e 2012). Em 23 de janeiro, a convite da ministra Gleisi Hoffmann, ele assumiu o cargo de assessor especial da Casa Civil, encarregado de coordenar programas sociais importantes, como o de combate ao crack e o de construção de creches. O gabinete que Gaievski ocupava fica no quarto andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete da presidente Dilma Rousseff.