Planalto explora denúncias de espionagem para dar guarida à compra sem licitação de satélite

Fazendo fumaça – O governo petista de Dilma Vana Rousseff continua explorando as denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos, como se bisbilhotice fosse algo inusitado. Se Dilma e seus asseclas não se recordam, espionagem é algo antigo e que ganhou destaque na Primeira Guerra Mundial com a dançarina Mata Hari sendo condenada à morte por fuzilamento por atuar como espiã.

Não por acaso, Hollywood produziu centenas de filmes de ação tendo a espionagem como tema, até porque espionar sempre foi um dos cardápios prediletos dos ocupantes da Casa Branca. E o próprio PT, que fez escola na Havana do bisbilhoteiro Fidel Castro, também espiona a qualquer hora. Basta relembrar o caso do caseiro Francenildo Costa, o Nildo, que teve a vida vasculhada, de forma ilegal, apenas por ter denunciado as transgressões do petista Antonio Palocci Filho. Em outro caso, com direito a ameaça de morte, o editor do ucho.info teve a vida vasculhada e os telefones grampeados, até que um preposto de dirigente petista consumou a ameaça por intermédio de alto integrante do Judiciário.

Passando às denúncias levadas a cabo pelo televisivo dominical Fantástico, até agora não há comprovação de que a veracidade dos documentos tenha sido checada. Basear uma denúncia em documentos entregues por Edward Snowden, que nos EUA é considerado um foragido e que na Rússia está sob a proteção do ex-espião Vladimir Putin, é um pouco temerário. Afinal, é grande a possibilidade de Snowden estar colaborando com Putin, que não perde uma oportunidade sequer para ter a Casa Branca na alça de mira.

Durante a cúpula do G20, na cidade russa de São Petersburgo, Dilma disse que o presidente Barack Obama assumiu o compromisso de até a próxima quarta-feira (11) dar uma resposta sobre as denúncias de espionagem. O que não significa que o presidente norte-americano dirá dentro de algumas horas que os Estados Unidos bisbilhotaram os e-mails de Dilma e de seus assessores. A denúncia sobre esse caso específico também foi feita pelo Fantástico, que apresentou organogramas supostamente entregues por Edward Snowden.

O dito pelo não dito de Dilma

Após afirmar que Obama daria uma resposta sobre o caso ainda nesta semana, a presidente Dilma disse que a próxima quarta-feira pode não ser o “Dia D”. Ou seja, o próprio Palácio do Planalto começa a colocar panos quentes no assunto, pois é sabido que o presidente dos EUA dificilmente atenderá ao pedido do governo brasileiro. E se isso acontecer, não será em poucos dias que os palacianos terão a resposta.

Considerando a possibilidade de a espionagem ter ocorrido, a Casa Branca está de posse de informações possivelmente bombásticas sobre o governo brasileiro. Dilma disse aos jornalistas que deseja ter acesso ao conteúdo das informações obtidas pelos EUA, mas esse discurso é mais uma cortina de fumaça com o carimbo do PT.

Como noticiamos em matéria anterior, o governo norte-americano, se levou a termo a espionagem, ficou sabendo detalhes sobre a compra de caças para a Força Aérea Brasileira e sobre a venda de urânio ao Irã, que avança no projeto de produzir uma bomba atômica. E se essas informações forem reveladas, o Palácio do Planalto desmorona.

A mágica do satélite

A grande questão em relação às denúncias é que o governo do PT quer aproveitar o fato para avançar no processo de compra, sem licitação, de um satélite geostacionário para melhorar a segurança das comunicações entre integrantes da cúpula do governo brasileiro.

O Comitê Diretor do Projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), montado há mais de dois anos e chefiado pelo Brigadeiro Aquino, atual chefe da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) que executa as compras para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), indicou as empresas Thales Alenia Space (TAS), para fornecimento do satélite, e da Arianespace, para o lançamento do artefato. Durante o processo foram analisadas três propostas: Mitsubishi Eletric Corporation, Space System/Loral e Thales Alenia Space.

O que não foi revelado até o momento é que a Força Aérea Brasileira (FAB) contratou sem licitação uma empresa denominada Visiona, constituída há aproximadamente um ano e para esse fim. O pulo do gato nessa operação é que a empresa foi constituída, em partes absolutamente iguais, pela Embraer e pela Telebrás. O que não se consegue entender é a participação da Telebrás na Visiona.

É importante destacar que o processo teve início há dois anos, tempo suficiente para o governo licitar o projeto que pode custar, de chofre, entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões.

Fica claro que o objetivo do governo do PT é ter a Thales como fornecedora do satélite e a Arianspace como lançadora do equipamento. Caso o governo insista em não realizar um processo licitatório, o escândalo será monstruoso.

Espionagem na Petrobras

A denúncia de que a Petrobras teria sido espionada pelos Estados Unidos surgem no momento em que o Palácio do Planalto lança a chamada “conta petróleo”, que servirá para o governo de Dilma Rousseff despejar dinheiro na estatal petrolífera, como forma de compensar as perdas com a venda subsidiada da gasolina e evitar o aumento imediato do preço do produto, o que impactaria na inflação.

Como se sabe, a Petrobras não conseguiu produzir combustível suficiente para atender à absurda frota brasileira de automóveis, que nos últimos cinco anos cresce de maneira assustadora e sem planejamento por causa dos irresponsáveis incentivos concedidos pelo então presidente Lula, agora um fugitivo que se dedica ao lobby internacional das empreiteiras.

A defasagem no preço da gasolina já atingiu níveis preocupantes, mas o governo insiste em adiar o aumento que se faz cada vez mais premente.

Em meados de 2006, por ocasião do início da campanha presidencial daquele ano, os petistas, fanfarrões como sempre, espalharam o boato de que o retorno do PSDB ao poder central significaria a privatização da Petrobras. Uma mentira deslavada, que só mesmo em mentes doentias e criminosas pode prosperar. Considerando os prejuízos acumulados de 2006 para cá e os muitos escândalos que tiveram lugar na empresa, ter privatizado Petrobras terá sido menos traumático. O que não significa que o ucho.info concorde com essa tese.