Chave de cadeia – Nada pode ser mais irresponsável do que o desgoverno do PT, que há mais de uma década administra o País com a mesma técnica usada pelo dono de um botequim. Creem os magnânimos petistas, certos de que são os oráculos do Senhor, que basta levantar a porta de aço para que o Brasil funcione. Governar não é isso e nem em sonho é possível aceitar a corrupção como mola central da atividade política.
O PT é corrupto, algo comprovado pelos fatos históricos recentes, e prega a corrupção como forma de se perpetuar no poder. O Ministério do Trabalho mais uma vez é palco de escândalo de corrupção, mas a presidente Dilma Rousseff, que entregou a pasta ao PDT, prefere não se pronunciar sobre um desvio de recursos públicos que pode chegar a R$ 800 milhões. Ainda ministra-chefe da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann, que fala pela presidente, declarou que nada há de errado na conduta do seu colega Manoel Dias, pedetista que está à frente do Ministério do Trabalho.
Na sociedade civil, onde as leis prevalecem com tenacidade, o presidente de uma empresa, por exemplo, é responsável, mesmo que indiretamente, pelos delitos cometidos sob sua tutela. No setor público, onde a transparência e a legalidade dos atos praticados pelos operadores do Estado deveriam ser respeitadas em grau máximo, a complacência com o crime e o desmando chega a ser aviltante.
Diante de acusações envolvendo a própria esposa, Dalva Dias, o ministro do Trabalho ameaçou revelar o que sabe caso seja demitido pela presidente Dilma Rousseff, que dificilmente tomará tal atitude contra um integrante do seu partido de origem. “Se me mandar embora, tomo providências”, disse o pedetista em entrevista ao jornal “O Globo”.
Para dar veracidade à ameaça que faz na direção do Palácio do Planalto, Manoel Dias incluiu no alvo de suas eventuais retaliações o PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Trata-se de uma manobra orquestrada com o próprio governo do PT, que tenta minimizar as cobranças feitas pelos partidos de oposição.
Manoel Dias é vítima de correligionários, que deixaram a pasta debaixo de denúncias de corrupção e agora desejam retornar à mamata proporcionada pelo sangramento do dinheiro público. Se de fato tem conhecimento de irregularidades na pasta, o ministro tem a obrigação de revelar o que sabe, sob pena de incorrer no crime de prevaricação.
Em qualquer país minimamente sério, Manoel Dias não apenas já teria sido sumariamente demitido, mas estaria preso. No Brasil esse tipo de situação é sonho de uma noite de verão, pois na condição de grande fomentador da corrupção o governo não tem moral para qualquer medida punitiva ou moralizadora. A essa altura, os marginais da política nacional já estão discutindo como será a divisão do produto do roubo.