Degrau abaixo – Nesta segunda-feira (23), a moeda norte-americana encerrou os negócios com desvalorização 0,82%, cotada a R$ 2,2012. A queda é resultado do anúncio de dados sobre a economia chinesa, que deram um refresco às moedas das chamadas economias emergentes, entre as quais figura a do Brasil. Mesmo assim, a atenção dos investidores e dos operadores do mercado financeiro internacional continua voltada para a decisão que o federal Reserve deverá tomar em relação à política de incentivos à economia ianque.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse estar satisfeito com o resultado dos leilões cambiais diários que a instituição vem promovendo desde que o dólar bateu na casa de R$ 2,45, mas é preciso lembrar que a queda da divisa norte-americana é resultado do cenário internacional. Até agora, o que o BC conseguiu foi queimar dinheiro sem qualquer eficácia comprovada. Sem contar os leiloes de swap cambial, que em algum momento terá de ser honrado pelo Banco Central, independentemente se com lucro ou não.
A queda na cotação do dólar deve ser analisada por dois prismas distintos, tendo como base a conturbada economia brasileira. O primeiro deles é que por um lado facilita, em tese, as exportações brasileiras, mas por outro aumenta o ritmo das importações, o que compromete a indústria nacional. O segundo prisma pelo qual deve ser analisada a queda da moeda norte-americana é que ajuda o governo a manter a inflação sob controle, mas faz com que alguns setores da economia sofram ainda mais. Um desses setores é o do turismo, que vem perdendo seguidamente para o mercado internacional. Com o dólar em queda, os brasileiros optarão por destinos estrangeiros.
No que se refere ao setor de importação, a situação torna-se ainda mais crítica por causa do chamado “custo Brasil”, em cuja composição a elevada carga tributária é a locomotiva do mal. Para se ter ideia do descalabro cometido por esses petistas messiânicos, no Brasil há quem importe contêineres de material de construção, apesar de todos os incentivos concedidos pelo governo federal ao setor. Em outras palavras, o que o País está fazendo, sob o manto do governo do PT, é exportar consumo. O que em qualquer escola de Economia do planeta, da mambembe à badalada, é razão mais do que suficiente para piadas.
Esse cenário complexo, cada vez mais dependente do mercado internacional, mostra que o governo continua errando na condução da política econômica. Não contentes com a realidade, Dilma Rousseff e seus assessores mais próximos continuam insistindo que o pior já passou. Enfim…
