Governo pediu uma semana para esclarecer apagão no Nordeste, mas até agora reina o silêncio

O tempo passa – No último dia 28 de agosto, ou seja, há quase trinta dias, um apagão deixou nove estados do Nordeste sem energia elétrica. Sem saber como trocar uma lâmpada queimada, mas obediente à cartilha do Palácio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), sem apressou em dizer que a culpa pelo incidente foi uma queimada ocorrida na cidade de Buriti, no interior piauiense.

Horas depois dessa desculpa estapafúrdia de Lobão, o dirigente regional do Ibama disse que era precipitado fazer qualquer declaração sobre o ocorrido antes de um laudo definitivo. Considerando a possibilidade de Edison Lobão estar certo, as autoridades federais falharam ao não controlar o que existe no entorno da linha de transmissão. O mato que cresce ao pé das torres de transmissão, que entrou em colapso na última quarta-feira, foi cortado pela última vez em abril de 2012.

Depois do dito pelo não dito, a presidente Dilma Rousseff entrou em cena e, sem poder culpar a natureza, disse que nos Estados Unidos também ocorrem apagões – ou blecautes como ela prefere dizer, fingindo desconhecer que as palavras são sinônimas.

Passado o episódio em que o Tio Sam foi chamado à baila, o governo informou que precisava de uma semana para avaliar as causas do tal apagão, o segundo em apenas doze meses na região Nordeste. Acontece que o mais recente blecaute nordestino está a um passo de completar um mês, mas o governo parece ter esquecido a promessa que fez. Isso explica a forma pirotécnica como os palacianos exploraram as denúncias da suposta espionagem por parte dos norte-americanos.