Bico fechado – Causa náuseas o corporativismo burro e de encomenda que impera no Congresso Nacional, que grassa entre os iguais e só sai de cena quando é acionada a autofagia político-ideológica, principalmente no período eleitoral.
Um dos piores políticos da história brasileira e responsável por levar o Maranhão à condição de mais pobre estado brasileiro, o senador José Sarney (PMDB-AP) ainda consegue arrancar elogios de seus pares, que não se incomodam com as mazelas da população e se dedicam a rasgar seda na direção do caudilho que sucedeu Vitorino Freire no coronelismo maranhense.
Ao retornar ao Senado Federal na tarde desta terça-feira (24), Sarney foi recebido com abraços de seus pares e também com um rápido discurso do senador Mário Couto (PSDB-PA), que chamou o caudilho de “eminente brasileiro”.
É importante lembrar ao senador tucano que Sarney e seu grupo instalaram no Maranhão o Apartheid verde-louro, impondo à população local uma situação de discriminação social que viola o mais básico e raso conceito de direitos humanos.
Quem conhece minimamente o Maranhão sabe que José Sarney, assim como o seu clã, não merece ser chamado de eminente, pois eminência é tratamento dispensado a religiosos, o algo descabido a que nem de longe é santo. De igual modo, eminência, entre algumas definições, significa “superioridade moral”, algo de que Sarney é extremamente carente. Para não voltar muito na linha do tempo, o escândalo dos “Atos Secretos” do Senado é mai que suficiente para explicar que é o político que arruinou o Maranhão.
Ademais, não merece qualquer tipo de tratamento honroso quem dá as costas a pessoas pobres e indefesas, que morrem por falta de atendimento nos hospitais públicos, enquanto, financiado pelo suado dinheiro do contribuinte, procura o melhor centro médico do País para tratar uma combinação de pneumonia e dengue.
O senador Mário Couto é conhecido por falar aos bolhões, mas na tarde desta terça-feira o tucano paraense perdeu a enorme oportunidade de permanecer calado, porque em algumas situações o silêncio é uma poesia com todas as rimas.